Viagens Na Minha Terra | Almeida Garrett
Alguma vez li este livro? Pensava que sim. Recordo-me muito bem das primeiras páginas, apaguei da memória as restantes.
Almeida Garrett escreveu Viagens Na Minha Terra em 1846. Este livro mistura imensos géneros literários e estilos. Foi inovador na sua época por isso mesmo. Primeiro começa com a decisão do narrador em fazer uma viagem até Santarém. São feitas várias descrições assim como pensamentos filosóficos. Várias referências a outros escritores e uma crítica ao romantismo. Fiquei admirada com as suas palavras sobretudo quando o autor, com pouca humildade, fala na sua obra.
A história acaba por mudar várias vezes de estilo. Quando chega a Santarém começa a contar a história de amor de Joaninha e Carlos. A viagem fica para segundo plano. Conhecemos também Frei Luís, o vilão desta história.
Simultaneamente Almeida Garrett faz uma crítica à sociedade e descreve a situação política do país. A Revolução Liberal é o pano de fundo deste livro. Almeida Garrett defende o liberalismo, através da sua obra mostra claramente a sua posição. Senti falta de maior conhecimento para entender esta obra na perfeição. Fiz várias pesquisas de forma a enquadrar-me no tempo e espaço.
A leitura é feita de forma muito lenta, características do romantismo. Bastantes descrições, está feito o aviso. Foi uma experiência muito positiva ler (reler?) este livro. Não recordava um Almeida Garrett tão divertido. Sarcástico. O que mais gostei neste livro foi a forma como o narrador comunicava comigo. Aquela sensação que um amigo estava a contar-me uma história, a viajar comigo.
Dei três estrelas.
Fiz uma leitura compartilhada com a autora do blog Diário de Leituras. Podem ler a sua opinião AQUI.