E, cansada, foi fechando os olhos e confundindo as ideias, que aumentavam como sombras de pesadelo, e dormiu, num sono fatigado e triste, sob uma estranha impressão de estar sozinha no mundo. O Quinze, de Rchel de Queiroz
Perdi. Pode parecer que estou dizendo que as pessoas que eu amava se extraviaram; talvez que eu as tenha deixado em um lugar ao qual não pertenciam e tenha ido embora, confusa demais para refazer meus passos. Mas elas não estão perdidas. Nem estão em um lugar melhor. Morreram. Com a proximidade do fim dos meus dias, sei que a dor, assim como o remorso, se fixa em nossas células e se torna parte de nós para sempre. O Rouxinol, de Kristin Hannah
"Parece de súbito fácil fazer um bolo, criar um filho. Ama-o puramente, como as mães amam - não tem qualquer ressentimento por ele não querer partir. Ama o marido e sente-se satisfeita por ser casada. Parece possível (não parece impossível) que tenha transposto uma linha invisível, a linha que sempre a separou do que preferiria sentir, de quem preferiria ser. Não lhe parece impossível que tenha sofrido uma subtil mas profunda transformação, aqui, nesta cozinha, neste mais (...)
"Queria deixar Papa orgulhoso e tirar notas tão boas quanto as dele. Precisava que ele tocasse a minha nuca e afirmasse que eu estava a realizar o propósito de Deus. Precisava que ele me abraçasse com força e dissesse que muito é esperado daqueles que muito recebem. Precisava que ele sorrisse, daquele jeito que iluminava seu rosto e aquecia algo dentro de mim. Mas eu ficara em segundo lugar. Estava maculada pelo fracasso."