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amulherqueamalivros

Qua | 28.03.18

TAG | MARÇO FEMININO

Cláudia Oliveira

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Deixei para o final do mês porque tinha a certeza que teria novas sugestões após as leituras dedicadas ao Março Feminino. Não gosto de me repetir, talvez por isso evite responder a TAGs, mas esta é diferente. É criativa, tem conteúdo, para além disso foi criada pela Sandra, do Say Hello To My Books. Adoro.

 

Tentei escolher livros pouco falados por aqui, tentei não repetir algumas respostas dadas por mim e por outras bloggers, mas foi difícil (não é Alexandra? algumas respostas dela, podiam ser as minhas, é a blogger com quem mais me identifico a nível dos gostos literários).

 

Que todos os anos se celebre o Março Feminino, que sejam lidas muitas mulheres e partilhadas várias sugestões! 

 

1. Aqueles dias do mês - Um livro que os homens nunca vão perceber.

 

“Um Quarto Só Para Si”, Virgínia Woolf

Acredito que todos os leitores conseguem entender a mensagem deste livro. Este livro ou qualquer outro. Aliás, preferia que alguns homens lessem este livro para descortinar algumas questões ligadas à luta pela desigualdade de género. Um quarto só para si é um grito sufocado, em nome de todas as mulheres, pela sociedade que insistia em colocar as mulheres num papel ingrato e os homens num lugar dominante. Para escrever, as mulheres precisavam de um quarto só para si, e romper com diversos preconceitos. Este livro é o primeiro passo, dado pela Virgínia Woolf, em colocar os pontos nos is sobre as necessidades criativas das mulheres, e transmitir uma mensagem que as mulheres para além de entenderem, sentem.

 

2. Filha da mãe da depilação - Um livro que te arrepia só de pensar.

 

“Vozes de Chernobyl”, Svetlana Alexievich

Estava indecisa. Vários livros contam episódios da história mundial com foco no sofrimento, maus tratos ou violência. Tantas opções podiam estar nesta resposta. Decidi escolher um livro que aborda o desastre nuclear em Cherbonyl, por ser pouco comentado. Milhares de mortes, idosos que tiveram de abandonar os seus lares, grávidas que deram à luz crianças deformadas tal o impacto das radiações da explosão. Foi o primeiro livro que li da autora e me levou às lágrimas.

 

3. Aquele batom vermelho que dá um up a qualquer look - Um livro que te pôs bem-disposta/o num dia cinzento 

 

“Mulheres”, Carol Rossetti

É um trabalho magnifico por parte da Carol Rossetti. Um livro que vou oferecer à minha filha, às minhas irmãs e amigas. Um livro que traz todo um espírito descomplicado. Podemos amar o nosso corpo como é, podemos amar quem quisermos e ser como e o que quisermos. Li o livro durante o projeto mais fantástico deste mês, Março Feminino (que por acaso é da autora desta TAG).

 

Extra

“Não Sou Esse Tipo de Miúda”, Lena Dunham

Este livro foi escrito pela criadora, produtora e protagonista da série Girls. Numa abordagem muito divertida, este livro traz reflexões de quem está a crescer e encontra o fantástico mundo dos adultos. Sem filtro, num mundo particular e feminino, este livro não sendo uma grande obra está muito perto de uma conversa com a melhor amiga. Dá aquele ânimo em dias mais chatos.

 

 4. Cérebro Feminino - Um livro que parecia confuso, mas acabou por fazer muito sentido.

 

“Beloved”, Toni Morrison

A escrita intrincada e os temas abordados não permitiram uma leitura fluida. Nada me preparou para este livro. Precisei abrandar o ritmo, ficar em silêncio absoluto para absorver a sua escrita e a mensagem. Livro cruel sobre o racismo escrito de uma forma muito visceral. Numa realidade completamente diferente da minha, este livro foi confuso e pediu muita dedicação. No entanto, valeu totalmente o esforço. Leiam. Preciso de ler o outro livro da autora que tenho na estante.

 

 

5. "Mulheres não percebem de futebol, nem gostam de cerveja" - Um livro que vomita clichés. 

 

“Um Final Feliz”, Annie Darling

Uma mulher com um sonho, recuperar uma livraria em falência. Um homem que se acha o mais bonito e simpático. Não é, é só arrogante. Uma paixão entre os dois. Personagens estereotipados, situações muito comuns de uma comédia romântica. O título diz tudo. Leve, para dias de praia. Salvou-se, no meio dos clichés, a dedicação e o amor da protagonista pelos livros.

 

6. Mini-saia - Um livro curto, mas bom. 

Karen”, Ana Teresa Pereira

 Conheci a escrita da autora o ano passado e fiquei muito curiosa com este título. Recomendo para um primeiro contacto com os livros da escritora. Tem os elementos necessários para uma história muito cativante. Uma mulher com perda de memória após um acidente, acorda numa casa desconhecida. Um suposto namorado que está ansioso pelo aniversário dela devido a uma herança. Uma empregada muito suspeita. Uma cascata como pano de fundo do acidente. Como termina esta história? Será que ela perdeu mesmo a memória? Leiam. Vale a pena. Sobretudo se gostam da história do clássico “Rebecca”, Daphne du Maurier.

 

7. Bolsa de Mulher - Um livro com muita coisa dentro, que te provocou várias emoções. 

 

Tetralogia, de Elena Ferrante (todos os seus livros)

A série está quase a chegar, a historia é incrível e provoca várias emoções devido à complexidade das personagens. São muito reais, dentro dos defeitos, escolhas e emoções. A história de Lila e Lena é talvez a minha preferida no mundo inteiro. Aquela em que penso várias vezes. Aquela que gosto de recomendar a toda a gente, com um pedacinho de inveja porque vão começar e eu já terminei. Ferrante escreveu sobre mim, sem saber. Muito grata. Até fico com um brilho nos olhos de me lembrar e vontade de reler.

 

8. Mrs. Always Right - Como as mulheres têm sempre razão, escolhe um livro que aconselhas a toda a gente.

 

Rebecca, Daphne Du Maurier

Este livro foi tão impactante para mim que fico em pulgas para saber a opinião dos outros quando o começam a ler. É um clássico, não é enfadonho e tem descrições belíssimas assim como uma história que prende do inicio ao fim. Não deu para largar sem chegar ao fim. Não dá para ficar indiferente à qualidade de escrita desta mulher.

 

9. Mas porque é que tenho que gostar de cor-de-rosa? - Um livro que toda a gente gosta, menos tu!

 

“A Rapariga no Comboio”, Paula Hawkins

Foi difícil de encontrar um livro muito apreciado que me tenha desiludido, mas assim que bati os olhos neste livro dei como encerrada a resposta. Este livro ainda é usado como referência para os thrillers publicados depois. Ganhou adaptação cinematográfica. Um livro campeão de vendas. No entanto, achei pouco surpreendente. Adivinhei o assassino nos primeiros capítulos e não o acho merecedor de tanta popularidade.

 

10. Sutiã nosso de cada dia - Um livro que te incomodou ou um livro que foi um alívio chegar ao fim.

 

A Casa com Alpendre de Vidro Cego, Herbjorg Wassmo

Um romance do ponto de vista de uma criança abusada sexualmente de um tio. É o assunto mais difícil, contado de forma muito sensível e intensa. Tenho pena que a continuação não tenha saído como estava prometido. É por essas e por outras que não gosto de começar uma série sem os outros livros publicados. Esta autora nasceu na Noruega, é pouco conhecida por cá, mas já tem vários títulos publicados. Adorava ler mais livros dela.

 

 

11. Ir à manicure - Toda uma curiosidade sobre um livro que anda na boca do povo, mas ainda não leste. 

 

Histórias de Adormecer para Raparigas Rebeldes 2, Elena Favilli

Preciso de ler este livro! A edição é maravilhosa, a mensagem é poderosa. Tem tudo para me agradar. Já repararam que anda por aí uma vaga de livros dedicados a mulheres. E ainda bem. Podem vir mais.

 

12. Fitas e lacinhos - O livro mais girly que já leste.

 

"O Meu Livro de Estilo", Gabriela Pinheiro

O livro é escrito de uma forma muito divertida, num tom muito próximo de uma conversa entre duas amigas. Cheio de imagens lindas e conselhos muito úteis na hora de transformar o nosso estilo ou guarda-roupa. A Gabriela Pinheiro defende que "não deves usar tudo só porque é moda". Deve existir uma selecção da nossa parte e amigos sinceros por perto. 

 

 13. Girl Power - Uma autora que é uma mulher do caraças. Explica porquê. 

 

Emma Reyes

Esta mulher passou por várias dificuldades. Pego nelas, embrulhou-as em veludo e fez da sua história uma história de sucesso. Pintora colombiana, marcada por uma vida intensa e sem apoio familiar. Há algo mais inspirador do que histórias de empoderamento? Quando li o seu livro de memórias fiquei a admirar o seu trajeto e força. 

 

14. Mulheres nos livros - Indica três livros com personagens femininas fortes.

 

A minha vontade era responder a esta TAG com títulos escritos por mulheres, mas foi aniquilada com esta questão. Vou escolher todos os livros de George RR Martin. Para mim, mulheres fortes na literatura estão o mais perto da realidade possível. Têm qualidades e defeitos. Agem por impulso ou de acordo com os seus princípios. Fogem ao conveniente, rompem com preconceitos e lutam pelos seus interesses. Posto isto, temos um leme absolutamente genial criado pelo autor mais demorado de sempre. Sansa, Arya, Dany, Cersei, é apenas uma amostra. São sete livros em português.

 

15. Mulheres nos filmes - Indica três filmes com personagens femininas fortes. 

 

Mustang

Se me pedirem uma única recomendação é este que vou indicar. Por ser o meu preferido de sempre (este e mais uma mão cheia). Por ser poderoso e representar a realidade de muitas mulheres por este mundo fora. Motivos para veres este filme? A temática, beleza, representação, fotografia, tudo. Adorei todas as meninas, sobretudo a mais nova. Pequena heroína. Linda, fofa. Não quero contar nada sobre o filme, perde a piada toda.

 

Black Panther

Minha nossa, as mulheres deste filme são o melhor deste filme. Filme carismático com questões importantes e mensagens fulcrais numa sociedade machista e racista. Não via um filme de super-heróis tão bom desde o último do Batman. Sério! Obrigatório!

 

Hidden Figures

As mulheres podem ser cientistas, podem fazer calculas mega difíceis. Podem pertencer a um grupo de trabalho liderado por homens e fazerem a diferença. Este filme é necessário.  Fico mesmo contente que exista. Ri e chorei muito. Não podem perder.

 

Extra

As Serviçais

Outro filme preferido da vida. Nunca li o livro, mas o filme é espetacular. Uma história sobre o racismo, com momentos de humor. Mulheres corajosas, curiosas, com princípios vincados e movimentos transformadores. Um retrato americano da década de 60 que vale cada segundo.

 

 

 

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