ORGANIZA A TUA VIDA DE UMA VEZ POR TODAS
A nossa casa tem de ser o melhor lugar do mundo. Melhor do que qualquer café, biblioteca ou casa de férias. Precisa de ser o lugar mais reconfortante de sempre, como um abraço ou um ombro para chorar. Precisa de nos receber depois de um dia exausto com simpatia.
Quando fui morar para a minha casa, há cerca de sete anos, senti-me livre para fazer da minha casa tudo o que quisesse. Tinha o espaço necessário e a frase mais repetida da minha mãe quando morava com ela “qualquer dia vais vender para feira” já não ia impedir-me de comprar mais e mais. Olhando para trás, tenho a perfeita noção que exagerava. O guarda roupa empilhado, tralhas em todos os armários da casa, para além de aproveitar os espaços livres debaixo da cama dos meus irmãos. Na hora de fazer a separação para doar tinha extrema dificuldade em desfazer-me de peças que eram importantes para mim. Mal repetia peças, mas continua a comprar. Vocês não imaginam como foi mudar de casa. Pior, eu mudei de casa quatro vezes.
Só descobri que não precisava de mais de metade das coisas, vejam bem o exagero, quando fiz 29 anos e engravidei. Comecei a perceber que não tinha espaço para nada. Para além da tralha acumulada, precisei de aprender a organizar e a tornar o ambiente da minha casa mais saudável e acolhedor. Aquela casa precisava de receber um bebé. Não foi tarefa fácil, mas foi transformador.
Atualmente, de acordo com as minhas prioridades, uma casa plena é um lugar livre de tralha. Tralha para mim são muitos objetos decorativos, roupa, utensílios vários, roupa várias, sapatos em excesso, etc. Incomoda-me imenso ver cestinhos organizados por tamanhos cheios de berloques ou várias gavetas com roupa empilhadas e separada por cores. Dura assim uma semana na minha casa. Acabei por dar conta ao longo destes meses que não uso nada do que está dentro dos cestinhos, nem volto a olhar para o que guardo nas últimas gavetas da sala ou quarto.
Está tudo organizado? Está! Mas e a quantidade de coisas que acumulamos sem darmos conta? E a importância que damos às coisas? E a dificuldade de cortar laços com objetos? A sociedade dá mais importância ao ter, em vez de viver o presente. Preocupa-se com um futuro que não pode controlar e que está em constante mutação. Nós mudamos, não é verdade? As nossas necessidades também.
Este mês li um livro sobre uma técnica de organização. Não é mais um livro sobre o tema, este é diferente. Ofereci a um leitor juntamente com a editora Alma dos Livros um exemplar no Instagram (estejam atentos, conto fazer mais passatempos nos próximos tempos). A técnica japonesa focada neste livro chama-se Dan- Sha-Ri, com o intuito de organizar a nossa vida.
Dan-Sha-Ri é um conjunto de expressões com significados muito interessantes, encaminhando assim para a sua filosofia. Ora vejam: “Dan”, rejeitar, a arte de fechar a porta àquilo que não merece entrar na nossa vida; “Sha”, livrar-nos do que já possuímos e não precisamos; “Ri”, desapegar o que faz falta. Identifiquei-me demais! Fiquei muito curiosa em saber mais sobre o Dan- Sha-Ri porque não é um sistema de organização, é uma técnica transformadora, um estilo de vida. Quando permitimos as mudanças, permitimos o conhecimento através do questionamento. Concordam?
Algumas das coisas fantásticas que aprendemos com o Dan-Sha-Ri
- Distinguir o essencial do lixo
- Melhorar a relação com os outros
- Como ter um ambiente mais feliz e saudável em casa
- Aumentar a quantidade e qualidade de tempo
Vale a pena ler mais sobre o assunto no livro A Arte de Organizar a Sua Vida, da japonesa Hideko Yamashita. Com uma linguagem clara e acessível este livro é uma leitura leve com dicas preciosas. Colocadas em prática as sugestões da autora, Dan-Sha-Ri melhora a vida de quem tem coragem para encarar de frente as mudanças de hábitos para ter um novo estilo de vida.
goodreads twitter instagram facebook