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amulherqueamalivros

Qua | 20.05.15

Franny e Zooey | J.D. Salinger

Cláudia Oliveira

Como escrever sobre este livro? 

Avanço, desde já, que gostei bastante do livro. 

Vou levantar a ponta do véu para incentivar à leitura deste livro. 

 

 

Franny encontra-se com o seu namorado num restaurante. Durante a conversa, à mesa, começa a sentir-se mal. Nota-se que entre eles não existe química, nada em comum. Ela tem dentro da sua mala um livro. Inicialmente não sabemos qual é o livro. Nem os motivos da má disposição. O namorado insiste em saber que livro é aquele. A revelação é feita. Ela está obcecada com aquele livro. A história não gira em torno do livro, é mais do que isso.   

Não quero falar muito deste livro para não estragar a leitura de ninguém. Li-o sem saber nada sobre ele, acabei por ter uma experiência de leitura muito positiva. Foi uma descoberta constante. Os personagens, as motivações, a ligação entre eles. E os diálogos? Que diálogos são aqueles? Fantásticos! As discussões inteletuais entre pessoas com pontos de vista diferentes. 

Achei o livro muito interessante. Fiquei agarrada até ao fim. Salinger tem uma escrita forte e crua. Sem descrições, direto ao assunto. Os personagens questionam a existência da vida, a religião, o ego, a arte. Na verdade não acontece nada nesta história, o leitor é levado a refletir juntamente com os personagens.

Refleti imenso com este livro e cheguei a algumas conclusões sobre os egos, sobre os outros. Uma história atual, intemporal. Os egos precisam de anunciar tudo o que fazem. Sempre foi assim. 

Não foi uma desilusão, pelo contrário, foi uma verdadeira surpresa porque achava que não ia gostar. Gostei de todos os personagens, da narrativa, dos diálogos e, essencialmente, de voltar a ler Salinger. Uma releitura, mais tarde, com outra maturidade, vai trazer benefícios e uma reflexão maior. Quem sabe, conclusões diferentes. 

4 estrelas. 

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