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amulherqueamalivros

Sex | 09.10.15

Do livro Frankenstein, de Mary Shelly

Cláudia Oliveira

"Ouvi falar na diferença dos sexos e no nascimento e crescimento das crianças. Vim a compreender a satisfação do pai ante o sorriso do bebê e as travessuras do filho mais velho; que a vida e todo o zelo da mãe se resumiam na carga preciosa que levava nos braços; de que modo a mente do jovem se expandia e tomava forma, adquirindo sabedoria; e tive a noção do irmão, da irmã e de todas as relações que têm entre si os seres humanos.

"Mas onde estavam meus amigos e parentes? Nenhum pai velara meus dias de infância, nenhuma bênção de mãe baixara sobre minha fronte, ou, se tal havia acontecido, tudo se havia diluído no borrão, no grande vazio em que consistia toda a minha vida passada. Até onde a memória podia alcançar, eu sempre fora, em proporção e estatura, o mesmo de então. Jamais vira um ser semelhante a mim, que eu pudesse considerar da minha espécie ou que tivesse qualquer relação comigo. Quem era eu? O que era eu? A pergunta voltava, constantemente ao meu espírito, sempre sem resposta."

Capítulo XIII