Dlog #76 | Doar livros é fácil
Avancei imenso no livro Muralha de Gelo. Ainda vou ler hoje. Pretendo terminar muito em breve.
Entretanto acabei o livro Música para Água Ardente do Bukowski. Aleluia. Resumo, muito álcool, mulheres e loucura. Muito ele mesmo. Para terem noção demorei imenso para ler um livro que podia muito bem ser lido em cinco dias. São contos breves, com histórias de pessoas com vícios, problemas, sem objectivos, tristes, amarguradas. Só recordo um conto. Um! Nesse conto, o personagem era viciado em álcool, confrontado pelos pais de duas crianças que o acusam de andar "a cheirar os pipis" fica preocupado. No final os amigos querem que ele se trate e perdoam a situação. Estão a ver o nível? No fundo gostei de regressar às escritas de Bukowski apesar de não ter gostado do livro. É aquele autor que não faz rodeios, toca na ferida e segue sem remorsos em relação ao que acabou de escrever. Gosto dele, sério, gosto muito dele.
Doei vários livros à Biblioteca, uns trinta. Pediram o meu nome para me enviarem uma carta de agradecimento. A bibliotecária ficou bastante contente, pelo menos o rosto dela transmitia isso. Moro actualmente na rua da biblioteca municipal. Aliás, posso dizer que a Biblioteca Municipal é minha vizinha. Posso dizer que podia doar todos os meus livros como se a Biblioteca fosse um lugar encantado, guardadora dos meus livros. Vou sempre que quero. Passo em frente todos os dias. Assim os outros podiam ler os meus livros.
Acabei por requisitar um livro, o último do João Tordo. Já não vou comprar na Feira do Livro. Verifiquei que a Biblioteca comprou vários livros recentes na semana passada. Só dinheiro que eu poupo. Prefiro de todo ler livros meus, mas não me importo nada ler os livros da Biblioteca. E espero futuramente voltar a esse hábito.