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amulherqueamalivros

Qui | 15.10.15

DEDO 15 | Frankenstein | Mary Shelly

Cláudia Oliveira

 

Frankenstein não é o nome do monstro. O nome do criador do monstro dá título ao primeiro livro de ficção científica. Romance gótico do movimento romântico escrito por uma mulher. Mary Shelly escreveu este livro com 19 anos, não é incrível?

Fui surpreendida positivamente ao ler este livro. Pensava que conhecia a história mas não podia estar mais errada. Não vos quero contar a história, só quero transmitir a minha experiência de leitura. É o que tento fazer com estes textos soltos após cada leitura.

Ao contrário do que li em inúmeras resenhas/criticas não considero a discussão sobre a evolução da ciência o tema central desta história. É abordado e acredito que seja uma chamada de atenção para a humanidade, mas o tema que mexeu mais comigo foi a discriminação social. A solidão.

O monstro pede várias vezes uma companhia lamentando-se da imensa falta de amigos. De ser amado, ouvido. Obviamente, devido à sua aparência, a sociedade afasta-o. A necessidade de companheirismo cresce ao longo dos seus dias de solidão. É evidente ao longo de toda a história. Foi o que mais gostei e fez-me pensar. Quantas pessoas desprezamos devido às diferenças e medo do desconhecido? Precisamos todos de amar e ser amados, não é verdade? Consegui sentir muita pena deste demónio.

 

"Sinto-me só e miserável. O ser humano jamais aceitará minha companhia, mas alguém tão deformado e horrendo como eu não se negará a isso. Minha companheira deve ser da mesma espécie e ter os mesmos defeitos."

Capítulo XVI

 

 

"Mas onde estavam meus amigos e parentes? Nenhum pai velara meus dias de infância, nenhuma bênção de mãe baixara sobre minha fronte, ou, se tal havia acontecido, tudo se havia diluído no borrão, no grande vazio em que consistia toda a minha vida passada. Até onde a memória podia alcançar, eu sempre fora, em proporção e estatura, o mesmo de então. Jamais vira um ser semelhante a mim, que eu pudesse considerar da minha espécie ou que tivesse qualquer relação comigo. Quem era eu? O que era eu? A pergunta voltava, constantemente ao meu espírito, sempre sem resposta."

Capítulo XIII

 

Apesar de suspeitar do desfecho final, gostei bastante. Uma leitura que vale a pena pela sua importância e mensagem.

 

 

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