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Sab | 08.07.17

"AS OITO MONTANHAS" | PAOLO COGNETTI (post + vídeo)

Cláudia Oliveira

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Descobri este livro através de uma critica literária num jornal diário. Ainda bem que segui a recomendação e comprei o livro logo de seguida. Foi uma leitura incrível. Comecei muito bem o segundo semestre. 

 

Pietro quando é uma criança vê o pai como o seu herói. Um homem que rouba espaço sempre que aparece neste livro. Consegui sentir o peso da seu silêncio e presença. Alguém que não me parece muito feliz, vê nas montanhas um escape, um amor incondicional e quer incutir esses valores e paixão ao filho. Como acontece normalmente, há um momento em que filhos querem romper com essa relação e criar o seu espaço. Não querem para si as paixões dos pais. Esse rompimento marcante é uma reviravolta entre duas pessoas que permanecerem juntas deste sempre. Ditando assim alguma distância entre os dois. 

 

Quando visita as montanhas com a família acaba por criar uma amizade muito forte com Bruno. Uma amizade empurrada pelas mãos da ternurenta mãe de Pietro. Bruno pasta vacas, é uma criança das montanhas e é essa a única realidade que conhece. A amizade deles foi o que mais me marcou (entre outras coisas) nesta história. É de uma força imensa, onde as palavras são apenas as necessárias. São muito diferentes, mas acabam por ter uma cumplicidade fantástica.

 

As mulheres das montanhas têm uma vida difícil. Vivem num mundo machista, onde são silenciadas pela distancia dos seus maridos. Achei a abordagem do autor muito interessante. Mostra o que desconheço revelando a sorte onde nasci. É preciso sorte para nascer. As mulheres não aceitam o lugar onde nasceram como uma condicionante para os seus sonhos. Prefiro acreditar nisso. O seus sonhos podem ser apenas viver como pessoas livres num mundo mais genuíno como as montanhas. Não há mal nenhum nisso. Neste livros todas as mulheres são iguais a elas mesmas: fortes, genuínas e carismáticas. Mantém casamentos com maridos ausentes e calados. 

 

Paolo Cognetti, o italiano que divide a sua vida entre a cidade e as montanhas escreve de uma forma que me encantou e marcou. Este livro é sobre tantas coisas. Família, e a forma como tudo nos influencia desde a infância. Amor, várias formas de amar. Aventura, a busca desenfreada por um lugar no mundo. Amizade, a profunda amizade sem a troca mecânica tão comum nos tempos modernos. Vida, o que temos de realmente importante nela. Morte, como a vida continua sempre.

 

Recomendo imensamente este livro. Um dos favoritos deste ano. 

 

 

Fica a pergunta: O que pensam sobre as amizades entre homens? 

 

 

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