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amulherqueamalivros

Seg | 03.04.17

"A RAPARIGA DE ANTES" | JP DELANEY

Cláudia Oliveira

 

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Dia 5 nas livrarias, diz que é o livro mais esperado. Um thriller psicológico completamente original. Eu tive a oportunidade de ler antes do lançamento, curiosa com esta aposta da Suma de Letras. Agradeço a oportunidade. Venho partilhar convosco a minha sincera opinião. 

 

Imaginem uma casa minimalista, com diversas regras e um interminável questionário antes de qualquer arrendamento após aprovação pelo famoso e exigente arquitecto. Jane, a rapariga de agora, está completamente interessada em arrendar a casa após passar por uma situação muito delicada. Ela precisa de recomeçar a vida num lugar completamente diferente para ultrapassar o passado. Emma, a rapariga de antes, também foi moradora desta casa. As histórias de ambas vão cruzar-se. 

 

A história das duas personagens é contada através de capítulos intercalados, dá logo um bom ritmo e dinâmica à história. Sobretudo nas primeiras páginas. Eu estava cada vez mais intrigada. Queria saber quem é que no seu prefeito juízo arrenda uma casa daquelas. Quem é que quer passar por tantas etapas para viver num lugar daqueles. Não podem ter livros! Nem deixar nada no chão! Uma espécie de prisão, quartel general. O objectivo é ser um desafio para os morados, serem mais disciplinadas e organizadas. 

 

Achei a premissa fantástica. Senti empatia pela história da Jane quando ela conta mais detalhes. Arrepiante. Mas depois, o meu entusiasmado esmoreceu. Caiu completamente a pique. Foram aparecendo peças para cobrir algumas falhas evidentes e transformou-se numa história mediana. O final foi fraco, é notória a falta de experiência do autor.

 

Adorei o facto de abordar o minimalismo. A casa é como uma personagem importante num jogo misterioso. Mas atenção, esta história pode criar confusão entre pessoas minimalistas e pessoas com transtornos obsessivos compulsivos. As pessoas minimalistas não são pessoas transtornadas ou obcecadas com coisas fora do lugar. Minimalismo é algo leve, não é uma onda pesada a vigiar tudo o que está fora do lugar. Tinha de fazer este desabafo. 

 

Achei as cenas de sexo simplesmente desnecessárias, muita palha para encher capítulos sem acrescentar nada à história. Até senti que estava a ler outro livro em alguns momentos. As personagens são absurdamente irritantes (excepto a Jane, gostei um bocadinho dela). Os maus tratos, as perseguições e as relações abusivas continuam a ser uma constante, é um tema muito utilizado pelos novos autores. Só muda o cenário. 

 

A pergunta fica no ar, que género de pessoa quer viver numa casa cheia de regras completamente surreais?

 

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