Livro publicado recentemente pela editora Aurora, traduzido por Lénia Rufino. Este livro tem como portagonista uma mulher aspirante a escritora numa crise de identidade. Está a escrever um livro há seis anos. Não tem uma carreira, a maioria das pessoas que a rodeia está a casar-se e a ter filhos. O livro desenvolve-se em redor destas dúvidas e dramas familiares. O romance também está presente, ela tem o coração dividido entre dois homens, com vidas e personalidade, completamente (...)
O que me faz querer reler um livro? Li rápido, não aproveitei o livro na sua plenitude e quero um olhar mais maduro. Existem obras que merecem uma releitura. Trazem reflexões diferentes, mais profundas e acrescentam. Algumas obras precisam de mais tempo. Num segundo olhar interpretamos coisas que antes tinham passado despercebido. Nós também crescemos, mudamos com a experiência de vida. Alguns livros são totalmente recompensadores. Gosto de reler obras para melhorar enquanto (...)
Talvez eu seja uma leitora apressada e queira sentir a recompensa nas primeiras páginas e Jon Fosse só entrega o rebuçado no final. É possível. No entanto, sei que sou uma leitora paciente. Tenho provas da minha veia paciente no que diz respeito à literatura. Leio calhamaços com tranquilidade e costumo perder-me por horas. Este autor tem um estilo próprio. Reconheço a qualidade e o estilo único. Uma parábola da Bíblia, um texto sobre amor, crime e rendição. Infelizmente (...)
Existem vínculos que não podemos escolher. Ou podemos? Vínculos ferozes são vínculos que nos fazem mal, mas não conseguirmos agarrar nas malas e sair da vida daquela pessoa. Uma ligação que sufoca, uma dor que ultrapassa os limites. Vivian Gornick viveu na sombra da sua mãe. Uma mãe com depressão, incapaz de oferecer amor. Uma pessoa fria, atormentada pela perda do seu marido, intransigente, incapaz. Uma sombra sempre à espreita. Uma mulher castradora. Autoritária. Nest (...)
