Não, fartei-me dos comentários que recebia e da mesquinhez de algumas pessoas. Decid privar a minha conta do instagram para me sentir à vontade para dizer e escrever como quiser.
- andar de bicicleta 3 vezes por semana acompanhada de vários exercício
Melhor, tenho feito exercício no ginásio e em casa mais do que isso por semana.
- registar os meus livros e cuidar melhor da minha biblioteca
sim, com regularidade.
- juntar pelo menos 4000 mil euros
estou longe, tive despesas extras que não esperava.
- gravar um vídeo por semana para o canal do Youtube
sim, estou mais concentrada no canal.
- acabar os cursos que comprei este ano. estudar pelo menos uma vez por semana
Entre as novidades escolhi cinco títulos interessantes para leres até ao final do ano. Romances de estreia, policial e gatos e redições anteriormente esgotadas.
Poderá o amor curar uma pessoa ferida? Uma história comovente sobre como é possível amar alguém, não apesar de quem a pessoa é, mas por causa disso mesmo.
William Waters cresceu numa casa silenciada pela tragédia, na qual os seus pais mal conseguiam olhar para ele, muito menos amá-lo; mas quando conhece a vivaz e ambiciosa Julia Padavano, é como se o seu mundo se iluminasse. E com Julia vem a sua família, pois ela e as três irmãs são inseparáveis: Sylvie, a sonhadora, é feliz com o nariz enfiado nos livros; Cecelia é um espírito livre, apaixonado pelas artes; Emeline cuida pacientemente de todos eles. Com os Padavanos, William experimenta um novo sentimento: ter um lar, pois cada momento naquela casa é repleto de caos amoroso.
É então que a escuridão do passado de William vem à tona, colocando em risco não apenas os planos cuidadosamente pensados por Julia para o futuro de ambos, mas também a inexorável devoção das irmãs umas pelas outras. O resultado é uma desavença familiar catastrófica que muda irremediavelmente as suas vidas.
Será a inabalável lealdade que outrora os ligava forte o suficiente para voltar a reuni-los quando é mais importante?
Romance de estreia de Péter Nádas, um dos mais importantes escritores da actualidade, pela primeira vez publicado em Portugal.
Budapeste, anos 1950. Uma vila situada na colina da cidade e o seu jardim de inverno constituem o pequeno reino protegido onde Gyuri, filho de altos funcionários do partido, passa dias indolentes na companhia dos avós. À tarde, depois da escola, deambula, lê, espreita os vizinhos, ou simplesmente não faz nada, limita-se a ficar à espera, a ver o que acontece, aguardando pela noite e pela chegada dos seus pais.
A entrada ao serviço de uma jovem doméstica vinda do campo irá, porém, perturbar o falso equilíbrio e a tranquilidade do lar, trazendo à superfície crueldades e pulsões ocultas que irão marcar o fim da inocência de Gyuri e da sua família.
Publicado originalmente em 1967, A Bíblia é o curto romance de estreia de Péter Nádas, considerado um dos maiores nomes da literatura mundial, traduzido pela primeira vez no nosso país.
Somos o Esquecimento que Seremos, Hector Faciolince (comprar livro)
A obra-prima do escritor colombiano é um comovente tributo à memória pessoal, familiar e política do seu pai. Um dos romances latino-americanos mais celebrados do século XXI.
A 25 de Agosto de 1987, o médico colombiano Héctor Abad Gómez é assassinado por paramilitares na cidade de Medellín, a poucos dias de umas eleições em que era candidato. Seis balas na cabeça puseram fim a uma vida de luta contra a opressão e a desigualdade social, num país amordaçado pelo narcotráfico e pela política suja.
Vinte anos depois, o filho, o escritor Héctor Abad Faciolince, decidiu contar a história do pai até ao terrível epílogo. O resultado é um livro belíssimo, poderoso no que conta, comovente no que deixa intuir, uma história dilacerada e dilacerante sobre família e pertença, sobre perda e luto.
Educação sentimental, romance de formação, radiografia da sociedade colombiana desfigurada pela violência, Somos o Esquecimento que Seremos é um romance em que pulsam memórias e afetos, escrito com a cabeça e com o coração, que emociona sem sentimentalismo, que indigna sem reclamar vingança. A obra-prima de um dos mais elogiados escritores colombianos do nosso tempo.
Com ecos de autores como Natalia Ginzburg, Alberto Moravia ou Elena Ferrante, eis a estreia fulgurante de uma escritora cuja mestria literária se dedica, neste romance, à procura da origem do mal e dos obstáculos à liberdade individual.
Monza, Itália, 1936. Francesca, de 13 anos, está nas margens do rio Lambro, vergada sob o peso de um homem morto que tentou violá-la. Maddalena, amiga de Francesca, sai da água e ajuda-a a livrar-se do corpo: escondem-no no meio de arbustos. Este momento é um marco inolvidável na relação entre as duas raparigas, que começa um ano antes, quando Francesca se deixa fascinar por aquela a quem todos chamam «a Malnascida»: uma rebelde de origens humildes e com estranhos poderes.
Contrariando a vontade da sua mãe, obcecada pelas convenções sociais burguesas, e ignorando os rumores que atribuem várias mortes à Malnascida, Francesca junta-se ao seu bando de amigos problemáticos, ávida por descobrir um modo de vida em absoluta liberdade. Entre as duas amigas, contudo, imiscui-se a guerra e o fascismo. Francesca e Maddalena terão de fazer uma difícil escolha: aliar-se contra a opressão social e a injustiça, ou deixar que o curso da História as separe para sempre.
A Malnascida é o elogiado romance de estreia da italiana Beatrice Salvioni, distinguido com o prémio literário Scuola Holden, criado pelo premiado escritor Alessandro Baricco. Uma inesquecível história de amizade e crescimento, sob o pano de fundo da Itália fascista.
A Livraria dos Gato Pretos, de Piergiorgio Pulixi (comprar livro)
Uma livraria peculiar. Um livreiro com um passado como professor de matemática. Uma investigação sobre um assassino implacável que se move nas sombras. Um grupo de detetives amadores, leitores inveterados, cada um com a sua própria fraqueza.
Um reformado melancólico, um frade vivaço, uma octogenária obcecada com assassinos em série, uma jovem que se veste de preto e sonha matar alguém e um livreiro à beira da falência. Confiaria nestes detetives para conduzir a investigação de um crime?
«Os casos mais difíceis costumam ser os mais banais. São espinhosos só porque o investigador carrega o crime com uma complexidade que é apenas aparente, fruto dos seus preconceitos. Mas, na verdade, é tudo extremamente simples e a resposta está ali, onde menos se espera, escondida sob um manto de banalidade.»
Se soubesse o que sei hoje, teria lido esta edição, do livro. Li a edição da colecção mil folhas e arrependo-me profundamente. Isso afectou bastante a minha experiência de leitura. Nomes próprios traduzidos, gralhas, profissões como nutricionista, ente outras.
Comecei o autor pelo livro O Som e a Fúria que ainda considero um dos livros mais difíceis que já li. Não é a melhor obra para começar a ler este escritor, mas possivelmente, é a sua MAIOR obra. Para começar, recomendo Luz em Agosto.
Gosto do contraste das personagens, a doçura de Lena com a agressividade de Joe Christmas. Gosto dos dramas de cada um. A forma como o autor entrelaça tudo. O conflito interior de cada um através das atitudes. A carga do enredo. A voz que dá aos desfavorecidos.
No entanto, prefiro O Som e a Fúria. Foi mais marcante, talvez pelo fluxo de consciência e temática. Apesar da dificuldade, pretendo ler mais obras dele. Talvez em 2024.
Não Saí da Minha Noite foi o terceiro livro que eu li da autora. Apaixonei-me pela sua escrita com este livro. Li antes O Acontecimento e Uma Paixão Simples. Não foram leituras marcantes. Foi este último título publicado em Portugal que fez nascer em mim a vontade de ler a obra inteira da autora. Encomendei mais um hoje de manhã.
Os seus livros não entregam desenvolvimento, entregam sentimentos despidos. Livros curtos, sem necessidade de ir além. Sentimentos à flor da pele, sentimentos comuns do ser humano. Annie escreve sobre amor, desgosto de amor, morte e vida. Tem um olhar cru e perspicaz de forma a congelar memórias em palavras. É como um espelho da alma para os leitores.
Gostei muito. Fico contente por não ter desistido dela.
Acho que quem gostou de Leme vai gostar deste livro. Acho que há muito de Annie nos livros da Madalena Sá Fernandes.
Confessar: nunca desejei nada senão o amor. E a literatura.
Perder-se revela o diário íntimo mantido por Annie Ernaux durante o ano e meio em que viveu uma relação intensa e secreta com um diplomata russo, mais jovem, casado, que a deixou à beira da obsessão. Conhecem-se em setembro de 1988. Annie está divorciada, tem dois filhos crescidos, mora nos arredores de Paris e acaba de fazer quarenta e oito anos. Sem conseguir trabalhar num novo livro e desempenhando automaticamente as tarefas banais do dia a dia, é a expectativa da visita daquele homem que lhe ocupa os pensamentos. Quando tudo acaba, sem um gesto de despedida, restam-lhe os sonhos – e a escrita. Esta é a relação retratada em Uma Paixão Simples, aqui exposta através de apontamentos mais imediatos e sem artifícios, que põem a nu toda a vulnerabilidade de uma mulher perdida de amor e de desejo.
A obra-prima de uma escritora catapultada para a fama literária mundial aos 85 anos. A história de uma família em que as mulheres procuram fugir à norma, com ecos de Lucia Berlin, Shirley Jackson e Carson McCullers.
Na cidade argentina de La Plata, nos anos de 1940, conhecemos Yuna e Petra, duas primas que pertencem à mesma família disfuncional, precária e destinada à desgraça. Pela voz de Yuna, vemos um universo tortuoso de mulheres abandonadas à sua sorte, a braços com a pobreza, a deficiência, o delírio fantasmagórico e a pressão social.
Para se evadir do cerco das histórias de ameaças, violações e homicídios, Yuna recorre à sua imaginação artística: a cada episódio de violência, pinta uma nova tela. Vendo na arte uma fuga ao estropiamento familiar, Yuna lança sobre o seu mundo um olhar selvático — ora cândido e perspicaz, ora violento e ensimesmado — e protagoniza uma história que desafia todas as convenções literárias.
Aurora Venturini poderia ser uma das peculiares personagens dos seus romances, já que o seu percurso ficou marcado pelo fait-divers de ter vencido um concurso literário para novos talentos quando já tinha escrito dezenas de livros e se aproximava do fim da vida.
Entre o romance de formação, a delirante autobiografia, o divertimento literário e a radiografia de uma época, As Primas é uma obra que celebra, ao mesmo tempo, as dimensões universal e privada da literatura, revelando a desconcertante originalidade de uma autora que ousa colocar perguntas quase sempre cuidadosamente mantidas em silêncio.
Escrito em grande parte durante o confinamento e a doença, e concluído após uma longa gestação, O Quarto do Bebé é um romance autoficcional em forma de diário íntimo.
Depois da morte de um conhecido psicanalista, a filha, sua única herdeira, encontra entre os papéis que ele deixou o diário de uma paciente. Tem título - Fala Orgânica - e está assinado: Ester do Rio Arco. O que começou por ser uma curiosidade transformou-se numa obsessão e objeto de leitura compulsiva. Neste manuscrito, a filha do psicanalista vai encontrar não apenas uma forma de conviver com o pai, como também inúmeros pontos de identificação com a paciente dele.
Os temas são os do dia a dia do isolamento e da doença, a escrita, o corpo, a mutilação, a relação com a mãe e com as origens, a ligação profunda a uma amiga (figura tutelar e espécie de mãe de Ester) e a morte dela. Em suma, a perda, a infertilidade, maternidade e filiação, nascimento e morte. O arco narrativo desenha-se a partir do que poderia vir a ser um quarto de bebé, mas que nunca albergará uma criança, até à transformação desse quarto num lugar físico e mental de criação, nomeadamente da escrita.
Daqui emerge ainda um retrato antropológico do país em que os pais estiveram na guerra e as mães escreveram aerogramas, e é exposta a violência que a sociedade patriarcal exerce sobre as mulheres. Com ecos do universo literário da recentemente nobelizada Annie Ernaux, uma das grandes referências da autora, O Quarto do Bebé é um relato cru e corajoso que revela uma nova e envolvente faceta de Anabela Mota Ribeiro.
Este é um dos mais espantosos, desafiadores, perturbadores e profundamente comoventes romances publicados nas últimas décadas: um épico sobre o amor e a amizade no século XXI, que visita alguns dos lugares mais assustadores onde a ficção já se aventurou; um livro que, desafiando explicações e todas as probabilidades, emerge do lado da luz.
Quatro colegas de uma pequena universidade do Massachusetts mudam-se para Nova Iorque para começar a vida adulta. Sem dinheiro e em busca de um caminho, contam apenas com as suas ambições e com a amizade que os une. Bonito e generoso, Willem tenta vingar como ator; nascido em Brooklyn, inteligente e mordaz, por vezes cruel, JB quer afirmar-se como pintor na cena artística de Manhattan; Malcolm é um arquiteto frustrado com o seu trabalho num ateliê de renome; e Jude, brilhante, enigmático e fechado, é o centro de gravidade do grupo.
Ao acompanhar os quatro amigos durante décadas, vemos como as suas relações se aprofundam e ensombram, marcadas pela dependência, pelo êxito e pelo orgulho. Porém, o seu grande desafio, compreenderão eles, é Jude, que se torna um advogado temido pelos seus pares, mas que é um homem cada vez mais destroçado, física e psicologicamente marcado por uma infância inimaginável e perseguido por um passado traumático que teme jamais conseguir ultrapassar.
Numa escrita resplandecente, magnífica e assombrosa, Hanya Yanagihara compõe um hino trágico e transcendente ao amor fraternal, revela o sofrimento e o desgosto de forma ímpar, e retrata a tirania da memória e dos limites da capacidade humana para resistir.
Asle e Alida vagueiam exaustos no frio, na chuva e na escuridão pelas ruas de Bjørgvin em busca de um tecto que os abrigue. Alida está grávida, mas todas as portas se fecham perante as súplicas do jovem casal. O que terá motivado a sua vinda para esta cidade hostil onde ninguém os conhece? De que passado parecem fugir eles?
Inseparáveis desde o dia em que se conheceram, quando Asle era tocador de violino e a sua música era como o canto do pai de Alida, sabem que só se têm um ao outro e que o seu amor vencerá o pecado e a morte.
Composta por três novelas — Vigília (2007), Os Sonhos de Olav (2012) e Fadiga (2014) —, escritas numa linguagem simples e inspiradora e que se fundem numa única história, Trilogia é uma parábola de inspiração bíblica sobre o amor, o crime, o castigo e a redenção, que valeu a Jon Fosse, um dos escritores mais celebrados da nossa contemporaneidade, o Prémio Literário do Conselho Nórdico.
Autor multipremiado, com destaque para o Prémio Internacional Ibsen, o Prémio Europeu de Literatura e o Prémio de Literatura do Conselho Nórdico.