Mrs March é uma mistura de Mrs Dalloway e Rebecca, numa versão exagerada e sombria. Foi isso que eu senti. A autora fez um enorme sucesso, dará lugar a um filme com Elizabeth Moss.
Imaginem uma mulher casada com um escritor de sucesso. Um dia, numa loja, alguém diz-lhe que é a inspiração para uma das personagens do marido. A personagem é uma prostituta feia e estúpida, com quem ninguém quer dormir.
Nascem os macaquinhos na cabeça. Será que é? Mrs Mach fica paranóica. Premissa que me prendeu logo. No entanto, o livro perdeu-me ao longo do caminho. Perdi o interesse em descobrir o desfecho, comecei a sentir-me aborrecida. Como acontece comigo e com as pessoas deste género.
Diria que este livro é ideal para pessoas inseguras, desconfiadas e obsessivas.
A Floresta de Birnam. É este o nome do coletivo de cultivo de guerrilha que Mira Bunting fundou há cinco anos. Organização ilegal, cujas ações se concretizam na fronteira do crime e do altruísmo na Nova Zelândia, é um grupo ativista que, na clandestinidade, cultiva terrenos nos quais ninguém repara.
Há já algum tempo que o grupo se esforça por ser autossuficiente, e, por fim, Mira parece descobrir uma possibilidade. Aquilo que lhes permitirá resistir a longo prazo resulta de um deslizamento de terras junto ao desfiladeiro de Korowai, que cortou a passagem para a cidade de Thorndike. A Natureza cria assim uma oportunidade na forma de uma grande quinta aparentemente abandonada.
Contudo, Mira não é a única com os olhos postos em Thorndike, pois Robert Lemoine chegou primeiro. Um enigmático multimilionário norte-americano, que construiu a sua fortuna em cima das novas tecnologias, quer ali construir um bunker para fazer frente ao apocalipse — ou é isso que diz a Mira quando se cruzam na propriedade.
Seduzido pela audácia desta, Lemoine sugere-lhe que se sirva daquelas terras. Mas será que podem confiar nele? E, quando a ideologia enfrentar o teste derradeiro, podem os elementos do grupo confiar uns nos outros? Além disto, a colisão entre dois mundos desencadeará uma reflexão brilhante de intenções, ações e consequências que colocam, em última instância, uma questão: até onde está cada um de nós disposto a ir para assegurar a sua própria sobrevivência — e a que custo?