A obra “O Regresso de Júlia Mann a Paraty”, de Teolinda Gersão, é a grande vencedora do XVIII Grande Prémio de Literatura dst, numa edição dedicada a obras de prosa, de autores portugueses, publicadas em 2021 e 2022, e que contou com uma participação recorde de quase duas centenas de inscritos.
A decisão dos três membros do júri foi unânime, órgão este que, além da nova presidente Lídia Jorge, é composto por Carlos Mendes de Sousa e Cândido Oliveira Martins.
Segundo a ata do júri, “trata-se de um livro de maturidade formal incontestável, associada a um invulgar fulgor criativo”.
O júri teve em conta o facto de se tratar de uma “composição de grande inventiva, formada por um tríptico narrativo constituído por pensamentos em voz alta de 3 figuras da Cultura da primeira metade do século XX, Freud, Thomas Mann e sua Mãe, Júlia Mann.
“Fruto de uma apurada perícia construtiva, essas falas permitem ouvir o diálogo entre duas personalidades que moldaram a psicologia da profundidade e a arte literária que lhes está associada, a que se junta o testemunho de vida de uma mulher que decorre entre vários mundos, Júlia Mann, nascida no Brasil, levada para a Alemanha e de novo regressada ao seu país de origem. Deste tríptico, também resulta a pintura de um tempo histórico da Europa e do clima social de uma época que continua a dialogar com os mitos fundamentais do nosso tempo. E nessa perspetiva, trata-se de um livro de temática global e contemporânea. Estes aspetos, e a limpidez da escrita, justificaram a distinção atribuída a este livro”, pode ler-se na ata.
O prémio de 15 mil euros será entregue no dia 30 de junho, no Theatro Circo em Braga, às 21h e encerrará com um concerto musical do projeto “Os Poetas”, de Rodrigo Leão e Gabriel Gomes. Contará com a presença e participação da vencedora Teolinda Gersão, Lídia Jorge, presidente do Júri e, porque a economia precisa de falar de cultura para ser competitiva, António Costa e Silva, ministro da Economia.
A gala contará ainda com uma homenagem muito especial ao Professor Vítor Aguiar e Silva, que foi, durante anos, presidente do Grande Prémio de Literatura dst, seguindo-se, no final da sessão, a habitual sessão de autógrafos por parte de Teolinda Gersão.
A primeira seleção dos sete finalistas do Grande Prémio de Literatura dst deste ano, escolhida por unanimidade pelo júri, incluía “O Segundo Coração” de Bruno Vieira Amaral, “Ferry” de Djaimilia Pereira de Almeida, “Melancholia” de Francisco José Viegas, “Um Cão no Meio do Caminho” de Isabela Figueiredo, “Volta ao Mundo em Vinte Dias e Meio” de Julieta Monginho, “O Regresso de Júlia Mann a Paraty” de Teolinda Gersão e “O Senhor d’Além “de Teresa Veiga.