Clássico da literatura americana, aclamado pela crítica e amado por sucessivas gerações de leitores. Tão relevante quanto no ano da sua publicação, é agora relançado com nova capa.
Celie, de 14 anos, escreve cartas a Deus para tentar compreender o que lhe está a acontecer. Órfã de mãe, abusada pelo homem a quem chama pai, separada da irmã, Netie, privada dos dois filhos e oferecida em casamento a um homem que a maltrata, considera-se uma negra, pobre e feia. Até que conhece Sugar, a amante do marido. Com a ajuda de Sugar, a mulher mais linda que ela viu na vida, Celie descobre não só o paradeiro da irmã desaparecida mas também o próprio corpo, o prazer, o amor e, acima de tudo, a sua voz.
Romance epistolar composto pelas cartas que Celie endereça a Deus com uma honestidade brutal e pelos relatos de viagem que Nettie lhe envia de uma missão em África, A Cor Púrpura aborda temas como a violência brutal a que estavam sujeitas as mulheres negras no início do século XX, a relação dos negros com o seu passado de escravatura, e a busca do espiritual num mundo cruel e sem sentido.
Galardoado com o prémio Pulitzer e com o National Book Award para o melhor livro de ficção, foi adaptado ao cinema em 1985 por Steven Spielberg e nomeado para 11 Óscares.
Prémio Nobel da Literatura tinha 88 anos. Coleção Dois Mundos publicou os títulos Morte pela Água e Não Matem o Bebé
Kenzaburo Oe, o segundo autor japonês a ser agraciado com o Prémio Nobel, corria o ano de 1994, faleceu a 3 de março, de causas naturais associadas à velhice. O óbito foi anunciado publicamente pelo seu agente.
Kenzaburo Oe nasceu em Ose, no Japão, a 31 de janeiro de 1935. Tinha apenas seis anos de idade quando a Segunda Guerra Mundial assolou o país. A sua primeira escolaridade ficou marcada pelo inculcar da ideologia imperial nipónica. O pai faleceu em combate no Pacífico em 1944. Perdeu também a avó nesse mesmo ano, ficando sob a tutela espiritual da mãe.
Em 1954 licenciou-se em Literatura Francesa pela Universidade de Tóquio e, em 1957, começou a publicar os seus primeiros textos em revistas literárias, sendo no ano seguinte distinguido com o Prémio Akutagawa para melhor conto. Nesse mesmo ano iniciou-se como romancista. Em 1964 publicou aquela que é considerada a sua obra mais importante,Não Matem o Bebé.
Temáticas como o não conformismo, o choque cultural e o isolamento individual e social no Japão moderno são frequentes nos seus romances, ensaios e contos. Oe foi igualmente um forte opositor à energia nuclear. Em 1994, recebeu o Prémio Nobel da Literatura. Era considerado a mais importante voz da literatura japonesa contemporânea.