Ninguém escreve sobre maternidade como Elena Ferrante. Foi exatamente esse talento inigualável que me conquistou à primeira. Posso dizer que já li tudo o que ela escreveu (excepto o conto infantil) e estou a sofrer por mais.
Recentemente foi para a televisão a adaptação da série Napolitana, um dos livros da minha vida com as personagens mais inesquecíveis da minha estante. Estou em ânsias para ver a série, para reler a obra, para sofrer tudo outra vez.
Para representar a Itália no projeto Do Quarto para o Mundo escolhi a minha escritora italiana preferida e não podia ter corrido melhor. Crónicas do Mal de Amor é a reunião de três novelas: Um Estranho Amor, Os Dias do Abandono e A Filha Obscura.
Tivesse sido eu a escolher a ordem das novelas, Um Estranho Amor passava para segundo, de forma a dar hipótese ao leitor para descansar um pouco o turbilhão das outras novelas. É o mais fraco, mas é bom. Elena Ferrante não sabe fazer a coisa por menos.
Todas as histórias remetem para sentimentos fortes do ponto de vista de mulheres. Mulheres traídas, abandonadas, mães, filhas, desarmadas, perdidas, amargas, em busca de respostas no meio dos seus pensamentos. Muitas vezes o desconforto, o incómodo, nas passagens cruas desta escritora. O sabor agridoce de tudo o que é dito com sinceridade. Muitas vezes, a minha verdade estampada na verdade dela.
"Ele foi-se embora, tu ficaste. Doravante não poderás gozar o relampago dos olhos dele, as suas palavras, e então? Organiza as tuas defesas, conserva a tua inteireza, não te partas como um bibelô, não es um brinquedo, nenhuma mulher é um brinquedo. La femme rompue, ah, rompue, partida, mas é um caralho!"
Super recomendo. É um senhor livraço. Leiam Elena Ferrante. Não há uma forma correta para começar a ler esta escritora. É começar, só isso.
Faltam 187 países 187 escritoras para concluir este projecto.
Três palavras para este livro:
- Maternidade
- Visceral
- Incómodo
Para ver a lista completa dos livros para o projecto Do Quarto para o Mundo clica AQUI.
2019 está a chegar, nessa altura adoramos escrever a lista de objetivos e alguns desafios, verdade? Preparei várias sugestões de desafios e separei-os por categorias. Pessoalmente, adoro um bom desafio e já sei quais pretendo fazer no próximo ano para testar os meus limites e desenvolver algumas áreas da minha vida. E tu?
Pronto para escolher um desafio? Vamos! Ideias não faltam.
Financeiros
-Desafio 52 semanas (existem várias versões na internet)
- Uma nota por semana no mealheiro
- Zero Fora de Casa (não gastar dinheiro fora de casa em comida e futilidades durante um determinado período de tempo)
- 5+1 (Só comprar um livro após cinco lidos)
- Deixar Acabar (só comprar novos produtos depois de deixar acabar um produto, exemplo: champô, creme para as mãos, etc…)
No inicio deste ano foi assim, ler AQUI. Todos os anos escolho uma palavra para comandar o meu ano e focar todos os meus objetivos. Em 2018 quis ARRISCAR, nos meus projetos, desenvolvimento pessoal e relações. Encaixou perfeitamente com os meus princípios e necessidades. A vida também me empurrou para caminhos desconhecidos. O adjetivo que melhor carateriza o meu ano é INTENSO. Arrisquei com fartura, dentro da minha realidade.
Como é que chego à palavra do ano?
Escrevo numa folha em branco os meus planos gerais. Palavras soltas, metas e desejos. Enumero as minhas falhas e o que pretendo melhorar. Trilho uma ideia do que será o próximo ano e dos desafios que terei pela frente. Olho para os meus objetivos a curto prazo e metas. No final, faço uma ligação entre todas estas ideias e chego a uma única palavra.
Por exemplo: Tendo uma família numerosa, com a aquisição de um carro novo e novas despesas, preciso de poupar dinheiro. Também regresso ao emprego no próximo ano no segundo semestre. Sendo um ano com grandes mudanças a nível pessoal e financeiro, preciso de encontrar um equilíbrio a vários níveis.Escrevi palavras como: mudança, economias, despesas extra, estudo, família numerosa, etc...E voilá, fez-se luz.
A palavra que eu escolhi para 2019 é GERIR. Gerir emoções. Sabemos perfeitamente que cuidar de crianças pode ser um trabalho emocional desgastante, entre altos e baixos. Vou precisar de manter o equilíbrio mental e físico. Vou precisar de GERIR bem despesas desta família que duplicaram. GERIR o meu plano financeiro, a poupança, o supérfluo do essencial. Vou precisar de GERIR os meus dias e noites. GERIR, sem cair em exageros. Voltar à vida, trabalho - casa, e gerir as emoções que tal acarreta. Já passei duas vezes por isto e sei que enfrento sempre alguns obstáculos no regresso à empresa. A vida muda, é inevitável mudar com ela. GERIR as minhas necessidades pessoais, a vontade de estudar com a vida familiar. GERIR, o foco do próximo ano será este.
Estou calma em relação aos desafios. Quero viver dia após dia, sem grandes expectativas ou alarmes. Sem esquecer que tudo passa, é relativo, e que para cada problema/obstáculo existe uma solução. Venha 2019!
O autor é editor e escritor brasileiro. Um dos fundadores da editora de e-books e-galáxia e da revista de ensaios Peixe-elétrico.
Este título é o seu primeiro romance. E tenho de dizer que é um livro extremamente triste, não fosse a perda de um filho uma das maiores tragédias da vida. O autor agarrou na sua história pessoal, a perda da sua filha devido a uma gripe, e transformou-a num texto sofrido, como forma de ultrapassar o luto interminável. Fá-lo de forma lírica, e ao mesmo tempo, crua. Foi uma experiência de leitura angustiante. Adorei e super recomendo.
Este livro fez imenso sucesso lá fora porque suspeita-se que o autor é o marido da nossa Elena Ferrante. E sendo uma história de divórcio, tem muitas semelhanças com a novela Os Dias de Abandono (integra o livro Crónicas do Mal de Amor). Aliás, ele é casado com a mulher que os jornalistas apontam como sendo a Elena Ferrante.
Este livro apesar de pequeno é extremamente intenso pelo turbilhão de emoções descritas. Está dividido em três capítulos, cada um com uma voz narrativa. Adianto que a primeira voz narrativa é uma mulher traída pelo marido após muitos anos de casamento e dois filhos em comum. Cartas de desespero que me fizeram sentir totalmente desconfortável. Os capitulos seguintes trazem informações e um desfecho fantástico. Leiam, não se vão arrepender. É maravilhoso! Agradeço à Mónica a recomendação.
Leitura para o Clube dos Clássicos Vivos. Foi o livro mais desafiante deste ano. Umas das melhores experiência de leitura da vida.
Conta a história da tragédia da família Compson, através de vários elementos e voz narrativas distintas. O primeiro capitulo é do ponto de vista do Benjy, um homem com problemas cognitivos. É o capítulo mais difícil que alguma vez li na vida, mas valeu cada segundo de dedicação.
Este livro é incrível por vários motivos. A escrita, as personagens, a envolvência. Livraço! Arrisquem, sem medo.
Comprei este a pensar no projeto Do Quarto para o Mundo. Para além disso tenho visto opiniões muito positivas lá fora. Para mim a Elsinore é selo de qualidade e está cada vez mais presente na minha biblioteca pessoal. Leiam só isto: Yejide e Akin estão casados desde os tempos de faculdade, onde se conheceram e apaixonaram. Agora, decorridos vários anos, Yejide espera por um milagre: uma criança. É o que o seu marido quer, e o que a sociedade espera dela — e, entre consultas de fertilidade, curandeiros e tisanas, Yejide tem feito tudo o que pode para consegui-lo.
Culpa da capa e da sinopse. É aquele género de livro que chama por mim. Fala de uma camponesa que engravida aos quinze anos iludida por um homem sedutor. Ela é abandonada por ele e expulsa da casa do pai. Acaba por sobreviver em condições precárias. O papel da mulher, a maternidade, condicionada pelas atitudes dos homens. Para além disso, a autora venceu o Nobel da Literatura. Interessa-me tudo!
Tu Não És Como as Outras Mães, Angelika Schrobsdorff (comprar livro)
Diz que é um livro sobre a Segunda Guerra Mundial, classificam como um testemunho incrivelmente vivido por uma família que sobreviveu ao Holocausto. Será a autora para representar a Alemanha no meu projeto Do Quarto para o Mundo. Um livro de não ficção, escrito por uma filha em homenagem à história da sua mãe.
Culpa da Alexandra do blog Mais Mulheres Por Favor. A opinião dela "obriga" as pessoas a comprar este livro. E eu, para além de andar meio doida com os livros da Tinta da China, também sou bem mandada. Tenho a sensação que vou amar este livro.