É a minha forma de iniciar as semanas da melhor forma possível. Faço questão de terminar uma leitura todos os fins de semana e escolher a próxima leitura como um ritual lindo de sobrevivência dentro da rotina, das tarefas, do stress. Este é aquele momento que não dispenso por nada este mundo. Todos temos formas diferentes para enfrentar as semanas e a despedida do descanso, este foi a forma que eu encontrei há uns aninhos e continua presente nos meus dias.
- Vou regularmente à biblioteca
Descobri que as visitas às bibliotecas são muito importantes para aumentar as compras das mesmas. O interesse do público é analisado através do número de empréstimos, consequentemente o valor financeiro dispensado para a cada biblioteca. Para existir interesse dos municípios na compra de livros, tem de existir interesse dos visitantes em ler. Faz sentido, não é? Não é tão preto no branco, mas acho que passei a mensagem. Portanto, apesar de comprar livros todos os meses, costumo visitar a biblioteca uma ou duas vezes por mês. É um assunto que me interessa, receio o abandono das bibliotecas e para contrariar isso faço sempre o meu papel.
- Adoro doar livros
Com alguma frequência costumo separar alguns livros e doar. Não gosto de acumular e olho para os livros como conhecimento. Para mim nada é mais triste do que livros parados na estante a ganhar pó sem novos leitores, sem voltarem a ser lidos. Talvez a culpa seja do meu percurso como leitora. Quando não trabalhava, até aos quinze anos, foi a biblioteca que me garantiu aumentar a minha paixão pela literatura. Desta forma, o meu pensamento costuma estar na falta de acessibilidade de quem ama ler, mas não pode. Ou quer muito uma novidade que viu nas redes sociais e infelizmente não pode comprar porque tem outras prioridades. A sorte que eu tenho de não ter crescido leitora nesta altura. Ia sofrer bastante. Como recebo vários livros das editoras, após a leitura dos mesmos, faço a doação. Mas também faço doações de livros comprados da mesma forma. Claro que guardo os preferidos para outros ocasiões, empréstimos, filhos e releituras ou consultas.
- Voltei a viciar-me no Goodreads
Houve uma altura em que desliguei da plataforma, mas há uns meses para cá não passo um dia sem lá entrar para atualizar as minhas leituras e espreitar as leituras dos outros. Se quiserem seguir a minha conta, aqui está. Consigo organizar as leituras da forma que mais me interessa e ver os comentários dos outros leitores em relação a determinadas obras. Adoro.
- Escolho muito bem os canais e blogues literários que sigo
Já houve uma época em que seguia tudo, lia tudo, comprava tudo. Até era amiga de tudo e todos. Depois a histeria passou e passei a seleccionar muito bem onde e com quem gasto o meu tempo nas redes sociais. Acabei por ler apenas e somente os blogues das pessoas com os gostos muito semelhantes aos meus, ou "peritas" em determinado género. Só leio o melhor blog de thrillers e sigo o melhor canal sobre clássicos. Estão a ver a ideia? Claro que existem excepções. Gosto de ver vídeos de pessoas com gostos muito distintos mas cheios de carisma (é o caso de dois canais brasileiros que eu sigo). Lamentavelmente, vi os meus canais preferidos encerrarem ao longo dos anos e serem criados escassos canais com gostos semelhantes aos meus ou com conteúdo do meu agrado. Quando gosto de um blogue, amor para a vida. Sou fiel a uma mão cheia e nada mais do que isso. Não se pode ter tudo. E para gastar tempo, prefiro estar a ler o meu livro. Para além disso, parece que as parcerias agora comandam a vida e as opiniões alheias. São poucos os que considero canais ou blogues credíveis. E não estão a ganhar dinheiro, imagino se estivessem. O que as pessoas fazem por dois ou três livros, é incrível. Sorry not sorry.
- As minhas compras literários têm diversas influências
Mudei imenso o meu comportamento a nível de compras literárias. "Ah, pois, recebes livros, por isso é fácil para ti comprar livros". Malta, é bastante raro receber livros que estão na minha lista de desejos. E foi complicado para mim encontrar este equilíbrio. Recebo livros há cerca de três anos, comprava imensos livros há vários anos. E compro praticamente todos os meses. Eu não peço dois ou três livros por editora (até é bastante raro solicitar livros agora) e vocês sabem que costumam sair imensas novidades por mês. Leitor que é leitor acaba por comprar os seus queridinhos regularmente. Adoro os Momentos Wook, aproveito quase sempre. Comprar livros sem estar em promoção não está com nada. Atualmente estou muito contente porque não me deixo influenciar por qualquer pessoa. Temos de seguir critérios, não é? Gosto de ler opiniões antes de ter os livros e são raras as vezes que alguém me convence a comprar o livro a correr e a saltar. Mas acontece, não sou de ferro, tá? "Ah, mas tu gostas de ler opiniões antes de comprar ou ler os livros?". Então, mas tem alguma lógica, eu sendo blogger cheia de vontade de meter malta a comprar e ler livros, através do meu trabalho, não procurar o mesmo nos outros? Quando oiço algumas bloggers ou youtubers dizerem "não leio/vejo opiniões antes de ler o livro" faço duas ou três perguntas em silêncio enquanto reviro os olhos. Coerente. Mas aqui também há excepções. Quando já decidi que quero o livro X ou Y, nem sequer leio nenhuma opinião. Quando o livro já chama por mim, também dispenso. Quero ir em branco, quero descobrir, quero desfrutar. Aconteceu com a Celeste Ng, vi as estrelas no Goodreads, vi o booktube estrangeiro falar nele, mas nem quis ouvir nada sobre a história. Isto parece confuso, mas na minha cabeça faz muito sentido.
Também adoras o Goodreads? Também segues meia dúzia de blogues ou estás nem aí para opiniões alheias? Segues algum critério nas tuas leituras? Também perdes a cabeça com promoções e campanhas?
Este livro tem o enredo, suspense e intensidade de um policial. Trata-se, no entanto, de um livro de não-ficção. McNamara morreu de forma trágica a meio da investigação que procurava identificar o Golden State Killer, responsável por uma onda de violações e assassinatos na Califórnia que se prolongou por mais de dez anos. A Polícia arquivou o caso. Mas McNamara continuou a investigação pelos seus próprios meios. Desaparecer na Escuridão é o relato de anos de investigação sobre a mente de um criminoso impiedoso.
É também o retrato da obsessão de uma mulher pelo fim da impunidade de um assassino. Este livro está destinado a tornar-se um clássico da literatura policial. Os direitos de adaptação para série de televisão foram adquiridos pela HBO.
Opinião
Michelle morreu em 2016, infelizmente não ficou a conhecer o rosto da sua "baleia branca", a quem apelidou de Golden State Killer. O homem que a fez escrever, pesquisar, investigar e passar várias noites em claro foi recentemente apanhado pela policia através do ADN. Alguns meses depois da publicação do livro nos Estados Unidos, com entrada direta para o top de vendas dos livros de não-ficção. Dois anos após a morte da autora.
Não foi ela que finalizou este livro, o seu marido contratou outro escritor de romances policiais, Paul Haynes. Infelizmente sem o desfecho merecido e o nome do violador. Por um bocadinho... No entanto, a inexistência desse desfecho não elimina a grande viagem literária no mundo do crime real que este livro permite. Está cheio de textos da Michelle que foram partilhados no seu blog "True Crime Diary", fotos, mapas, notas do editor, dados da policia adquiridos para a investigação e um Pósfacio do marido dela.
O modo operadis do Golden State Killer era invadir as casas durante a noite apontando luzes fortes para o rosto das vitimas com armas. Ele visitava as casas antes, analisava a família, cortava as linhas telefónicas, escondia cordas debaixo da cama e invadia com o intuito de violar a mulher e amarrar o homem. Aparecia com o rosto tapado com uma máscara de esqui e costumava roubar alguns objetos após o ataque. Colocava pratos empilhados em cima do homem e caso ele deixasse cair algum, a mulher seria morta. Chegou a matar. Estimam-se mais de 45 casos de mulher violadas e 12 casos de assassinato.
Somos levados pela obsessão da autora e sentimos a carga emocional depositada no seu trabalho. Achei curiosa este obsessão da autora, o que me levou a questionar várias vezes sobre a sua própria história. Acabei por me emocionar quando descreve a sua relação com a mãe. Aproxima-a, mostra a sua sensibilidade. Outra coisa que adorei neste livro foi a introdução da Gyllian Flynn.
"Adoro ler histórias sobre crimes reais, mas sempre tive consciência de que, enquanto leitora, me transformo conscientemente na consumidora da tragédia de outra pessoa. Portanto, enquanto consumidora responsável, tento ser cuidadosa nas escolhas que faço. Leio só o melhor: escritores persistentes, perspicazes e compassivos. Era inevitável encontrar Michelle."
Não dá como não sentir frustração por ela, sem conhecer o desfecho desta investigação. A Michelle esteve tão perto. Ela foi importante na resolução deste crime e a sua intuição não esteve muito longe. Percebemos que o traço que ela criou do Golden State Killer é semelhante com a realidade.
Este livro deve ser incluído nas leituras dos fanáticos do crime real. Não sendo um romance ficional é deveras impressionante. Marcado por muita violência, com uma narrativa bastante envolvente, é um livro que não queremos largar e ainda precisamos de falar sobre ele com toda a gente. As descrições são narradas com mestria, com enorme riqueza nos pormenores levando a reconstruir as cenas do crime facilmente na nossa imaginação.
A personalidade forte desta mulher é traduzida pelo seu trabalho extraordinário. A persistência assim como a sua sensibilidade são traços notórios na sua escrita. Adorei. Aposto que vocês também vão adorar.
"Quando conto a alguém nascido na zona que estou a escrever sobre um violador em série de Sacramento, ninguém pergunta qual dele é: isto é revelador não só sobre esta zona nos anos setenta, mas também sobre o EAR"*
A HBO já comprou os direitos da obra, teremos uma série para desfrutar.
*EAR, significa East Area Rapist. nome pelo qual Golden State Killer era chamado pela polícia
Hoje tenho de vos falar da Jennifer Fox. Provavelmente nunca ouviste falar nela. Eu só a descobri ontem. Ela é produtora e diretora de cinema. Autora de vários filmes, inclusive o filme que eu assisti, The Tale. É um filme bastante forte no que toca a imagens perturbadoras de abuso. O foco central é uma mulher às voltas com o passado e descobrindo o que a memória andou a tramar durante vários anos. Gosto bastante da atriz principal, Laura Dern, ela está estupenda mais uma vez. Um filme que mostra a importância e urgência de estarmos em constante vigilância no que toca às nossas crianças. Urgente também é a sugestão da Alexandra, o stand up da comediante Hannah Gadsby chamado Nanette disponível na Netflix.Fui ver sem saber nada (basta que a Alexandra recomende) e saí a aplaudir de pé. Não é o comum espetáculo de stand up comedy, nem eu acho muita graça, confesso. É tudo o que não estás à espera. É melhor do que estás à espera. É um tiro na nossa cara que está borrada de tanto chorar ou rir. Hannah é lésbica, veio de uma cidade australiana onde até há bem pouco tempo era crime ser gay. Ela tem um discurso tão inteligente e carismático que é impossível não ficar de boca aberta com o que ela te conta. E o choque de realidade? E a história que ela te conta sobre a força dos homens sobre as mulheres? E as mensagens que ela te esfrega na cara? Tu não sabes, mas tens de ver, é urgente na tua vida. Depois, espalha a palavra, porque o Mundo tem de ver isto. Ia falar na cantora Demi Lovato internada por suspeita de overdose de heroína, na podridão da indústria musical, mas vou simplesmente remeter-me ao silêncio. O grito dela é o grito de muitas pessoas.
Não prometo posts todas as terças feiras sobre o desafio #organizeasuacasa, mas sempre que for conveniente e necessário cá estarei. Como ficou explicado no post de apresentação, tínhamos de definir as nossas prioridades e depois colocar as mãos à obra.
A sugestão é fazer cada desafio da nossa lista com o prazo máximo de uma semana e irmos concluindo tudo. Claro que o livro é sempre uma mais valia no que toca a ideias e dicas. Eu elaborei a minha lista, escolhi as minhas recompensas e ainda contabilizei o número de objetos que deitei fora.
Hoje partilho convosco algumas das minhas prioridades:
- Arrumar a estante de livros e selecionar mais exemplares para doação
- Organizar o calçado e colocar alguns à venda/troca
- Estofar o sofá
- Organizar a roupa do guarda roupa e fazer doação
- Organizar a despensa, panelas, loiças, cozinha no geral
- Organizar papelada
- Concluir a decoração do quarto dos miúdos
- Tratar dos candeeiros
Já fiz alguma coisa?
Já eliminei dois itens da lista: organizei a roupa e os livros (fotos no final do texto). 10 peças de roupa e 2 malas, mais de 50 livros foram separados para doação. Tem dado um trabalhão, mas vocês não imaginam a sensação de trabalho realizado. Para além disso ainda deu para mudar a sala e preparar tudo para a nova decoração que estará para breve (ida ao IKEA esta semana!). Sonho com a minha sala ideal, apesar da sala ser pequena, sinto que posso fazer muitas coisas por aqui. Quero algo minimalista (como é), uma espécie de 2 em 1 (sala e mesa para refeições). Preciso de mudar algumas coisas, mas está no bom caminho.
Qual é o desafio da próxima semana?
Nesta semana a autora do livro sugere que sejam criadas saídas por toda a casa.Ou seja, um lugar para colocar tudo o que queremos doar/vender e outro espaço para aquilo que vamos pensar melhor e mais um para a reciclagem (bainhas por fazer, livros com uma capa danificada, esse tipo de coisas). E na semana seguinte vamos tratar das panelas e loiças. Estou a ponderar começar na próxima terça feira porque esta semana já deu para o gasto. Preciso de descansar até porque vou ter mais compromissos. Aos poucos tudo vai ficando organizado. E sei que a cozinha será o espaço que me dará mais trabalho assim como a despensa.
Como organizo os meus livros?
Retirei tudo das prateleiras e coloquei os livros separados por editoras em montes. Eu organizo as minhas estantes por editoras e junto os autores e coleções. Depois limpei o pó da estante, mudei a estante para outra parede e armei tudo. Descobri que cabem mais livros se forem expostos na horizontal (não sei como não tinha experimentado antes) e no final as editoras ficam separadas e cheguei a várias conclusões.Durante a limpeza fiz várias pausas para comer um gelado, mexer no telemóvel e beber muita água.
Que conclusões chegaste?
Há uma preferência evidente por algumas editoras. Tenho cerca de 120-150 livros por ler. A minha estante de 500 livros diminuiu bastante ao longo dos anos devido a doações regulares assim como os livros por ler, devido ao meu projeto 5+1. Guardo mais livros junto da minha cama, em cómodas que reciclei e tenho mais uma estante no hall da entrada com os livros da Relógio D´Água e Companhia das Letras. Estou muito orgulhosa da minha estante.
A minha relação com a minha biblioteca mudou bastante ao longo dos anos e apesar de ter sido sempre pouco agarrada aos meus livros (ofereço sem problemas, mas não gosto muito de emprestar livros sem ler primeiro nem de desfazer-me dos meus preferidos) sinto que sou cada vez menos pela acumulação seja do que for. Não tenho paciência, não gosto.
O projeto está a ser muito motivador. Estou a gostar muito de partilhar convosco esta etapa de organização.
É um clube literário nascido e criado este fim de semana no Instagram. Fazia falta um. Para podermos trocar impressões sobre os livros, tirar belas fotos e interagir através de comentários, mensagens, votações e tudo e tudo.
Lancei a ideia e mais de cem pessoas votaram no "SIM" para a criação do clube literário contra quatro votos "Não", sem contar com as pessoas que nem sequer votaram. Depois decidimos o nome em conjunto, Net Book Club, e o primeiro título para lermos em conjunto e discutirmos entre todos.
Como podes participar?
- Ter conta no Instagram e participar nas votações
- Ler o livro vencedor sempre que possível até ao dia da discussão
- Partilhar a tua opinião através de stories, comentários e/ou fotografias usando a hashtag #netbookclub
- O livro será discutido sempre no terceiro fim de semana do mês (estou a considerar fazer um directo para falarmos no livro com spoilers e mostrar os livros que estarão na votação seguinte)
Quais são os critérios para os livros integrantes da votação?
- Serão livros recentes ou não, muito populares, com conteúdo suficiente para criar uma boa discussão. Aceito sugestões de títulos.
Para que serve este clube? É mais um?
- Os clubes literários são sempre bem vindos. Quando criei o meu clube literário (Clube dos Clássicos Vivos) há cerca de cinco anos, não haviam tantas opções. Felizmente apareceram imensos com os mais diversos temas. Como deixei o YouTube e passei a ter uma presença mais activa no Instagram a ideia acabou por aparecer, de acordo com a minha realidade e paixão. Achei que seria giro termos um clube literário direcionado para o público do Instagram. Agora vamos acertanto os passos com o crescimento e participações.
Qual foi o livro mais votado para iniciar o Net Book Club?
O primeiro título será o popular "Pequenos Fogos em Todo o Lado", da Celeste Ng (Maio,2018 - Relógio D´Água). Qualquer dos títulos era uma opção maravilhosa e muito válida, mas suspeitei desde sempre que seria este o título vencedor. Acabou por arrecadar 64 votos.
Junta-te a nós, vamos ler e contribuir para aumentar os leitores no planeta. Vamos criar laços através das palavras. Vamos!