1001 COISAS QUE NUNCA TE DISSE | CATARINA RODRIGUES
Catarina Rodrigues lançou o seu primeiro romance, “1001 Coisas que Nunca te Disse” pela Oficina do Livro. Num registo muito descontraído, simples, conta a história do desgosto de amor da Sara. São através de cartas ao David com bastante sinceridade e sem filtro, que Sara vai contar tudo o que não disse. Não fica nada por dizer.
Quem nunca passou por um desgosto de amor? Quem nunca viveu um amor intenso? Vários leitores vão identificar-se com esta história e ver espelhada a vontade de gritar algumas palavras aos seus ex.
Durante os lamentos da apaixonada Sara senti pena. Pena pela forma como a sua auto estima era nula. Pena por todas as mulheres que vivem centradas num amor que não merece. E preocupa-me que algumas raparigas vejam romantismo ou bonito sentir algo desta forma por um homem. Incomodou-me. É natural existir um processo de luto após o fim de uma relação. É natural sentir revolta e pedir justificações após mentiras e traições. Sobretudo é o primeiro e há muita entrega, mas não devemos nunca, MENINAS, colocar o nosso amor próprio para segundo lugar e quebrar essa ligação que temos com nós mesmas. No final a Sara acaba por trazer uma mensagem de esperança, mas continua focada naquele amor antigo. Para ela, tudo se resume ao David e como precisa de provar que ela está bem numa ida ao restaurante mais caro. Um nadinha imaturo, não? Não acho que fique bem explicado a evolução da protagonista perante esse desgosto.
Já cometi alguns dos erros da Sara e também sofri os meus desgostos. Se tivesse lido este livro noutra fase da minha vida teria sido um livro marcante. Estou noutro nível e não consigo olhar agora para o amor desta forma esgotada e desesperada. Espero que as mulheres tenham a capacidade de não se destruírem por causa de um homem que não as merece. A vida está cheia de oportunidades. E apesar do livro tentar mostrar isso, não foi suficiente.
O que mais gostei neste livro foi a relação da protagonista com os pais, irmã e avós. Chorei numa passagem muito difícil. Nenhuma criança merece ser maltratada. Senti naquelas palavras tanta verdade que foi impossível não ficar sensibilizada. É uma história muito triste, mas a fibra da Sara deve-se a esta passagem menos triste.
É um género literário que normalmente não leio. Foi uma experiência muito irregular, longe dos princípios ou mensagens que tento passar. Tem uma narrativa muito fluida e algo nos faz continuar a ler para descobrir o que se vai passar na vida da protagonista. Não sendo o final que mais surpreende, facilmente criamos alguma identificação com a história devido ao tema abordado.
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