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amulherqueamalivros

Qui | 28.06.18

YORO | MARINA PEREZAGUA

Cláudia Oliveira

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Yoro deixou uma marca em mim. A audácia e inteligência da escritora Mariana Perezagua é tão evidente ao longo da narrativa que é impossível não ficar de queixo caído.  Tive a sensação que ela estava na primeira fila dos acontecimentos e conhecia detalhes que mais ninguém suspeitava em relação ao sofrimento daqueles que lidaram com a bomba de Hiroxima. 

 

Fui completamente atropelada pelo sofrimento da protagonista, H.. Alguém que nasceu com os dois sexos, criada como homem, mas sempre se sentiu mulher. Uma pessoa que vê a sua vida transformada depois do ataque nuclear. Alguém que deseja profundamente ser mãe e livrar-se dos seus traumas. Ler este livro é como cair num buraco profundo de angustia, numa espiral de emoções sem um pingo de esperança. 

 

Podia referir todos os outros temas abordados neste livro. São imensos e completam-se como um puzzle. Mais uma vez a audácia desta escritora a conseguir um enredo complexo e harmonioso entre si. Vou deixar a descoberta para os leitores curiosos. Fica desde já a ponta do véu levantada e espero que atraia mais leitores para este grande tesouro da literatura. Estou mesmo impressionada!

 

Para uma opinião mais completa, recomendo o post da Alexandra. A culpada pela leitura deste livro. 

Qui | 21.06.18

CONFIA | SOFIA RIBEIRO

Cláudia Oliveira

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Li este livro muito rapidamente. Parecia que estava a ler um blog escrito por uma figura pública, mas desta vez alguém muito genuíno e sem problemas de expor as suas fragilidades. A Sofia Ribeiro teve cancro na mama e conta neste livro todo o processo. Mas começa pela infância difícil, pela forma como batalhou e conseguiu um papel nos Morangos com Açúcar. 

 

Depois livro ganha um tom mais sério, entre muito trabalho, durante um jantar comenta que sente um caroço na mama e a Vanda, mulher do Esparteiro, sugere um médico. A Sofia acaba por ir ao médico e fazer exames.Descobre assim que tem cancro, a forma como o seu mundo é extremamente abalado. Revela quem foram as primeiras pessoas a saberem e como o jornal Correio da Manhã descobre a notícia e sem falar com ela decide fazer uma capa sobre o assunto. Não imagino a dor de ver divulgada a privacidade numa situação to delicada, mas é extremamente angustiante ver o outro lado do mundo cor de rosa. 

 

A Sofia estava a começar a gravar uma nova novela e ia mudar o destino de outros actores para começar o tratamento. De forma geral, todos foram compreensivos, mas também passou por situações muito ingratas de falta de sensibilidade dos outros. A actriz fala de forma muito sincera sobre o que foi escrito na impressa sobre ela, comentários bons e maus. Mas este livro tem uma forte energia positiva, apesar de tudo. 

 

É uma linda forma de manifestar a gratidão pelos seus amigos sempre presentes. E eu acredito que ela teve rodeada dos melhores. Nas situações mais difíceis conseguimos ver quem é verdadeiramente nosso amigo. E a amizade foi um ingrediente importante em todo o processo. A Sofia, assim como todas as mulheres que passam por isto, são umas guerreiras. Este livro traz uma mensagem de confiança e esperança. Gostei muito. Recomendo também, claro. 

Qua | 20.06.18

ANTESTREIA NO EL CORTE INGLÊS | A LIVRARIA

Cláudia Oliveira

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Ontem tive a oportunidade de ir à antestreia do filme A Livraria. Estive muito bem acompanhada e foi super divertido reencontrar as queridas pessoas dos livros. Deu para meter a conversa em dia, contar algumas histórias e soltar gargalhadas.

 

Quanto ao filme, que é o que me traz agora a este texto, conquistou aos poucos ao longo da trama. No inicio não senti grande entusiasmo, mas conforme a história se desenvolveu criei ligação com as personagens e acabei por ficar surpreendida em alguns momentos. Quatro vezes, pelo menos. Nunca senti que a história fosse previsível, pelo contrário. O filme fez-me rir e emocionar. E quando regressava a casa só pensava naquela mulher. Na mulher com o seu sonho, abrir uma livraria numa terriola, e na sua coragem. E senti pena por todas as lutas perdidas relacionadas com a literatura. Mas ao mesmo tempo, senti que devemos continuar a luta porque podemos fazer a diferença na vida de algumas pessoas. Podemos até criar novos leitores com o nosso entusiasmo. 

 

Este filme não tem muitas personagens cativantes, são agridoces. Os diálogos parecem dizer pouco, mas fazem muito sentido e escondem mensagens nas entrelinhas. Os planos longos de silencio tornam o ritmo do filme lento, mas o guarda roupa alegra o ecrã. E os livros, claro, ver títulos que tanto aprecio é sempre entusiasmante. Quando aparece Lolita e Fahrenheit 451 é um quentinho no coração. 

 

As mensagens são várias, acho que cada pessoas terá uma visão diferente. O filme dá essa abertura. Eu sinceramente senti que a história esteve sempre ligada à palavra coragem. Para seguir os sonhos, combater os obstáculos, ser fiel aos princípios e não prescindir deles, mas sobretudo na coragem de admitir a derrota. E que até essas derrotas podem ser vitórias. A última cena explica tudo.

 

O filme tem muito girl power. As mulheres que trabalham, procuram um sustento de forma independente. As mulheres que terminam más relações e partem em busca do amor. As meninas mulheres que precisam de trabalhar muito cedo para ajudar em casa. As mulheres que preferem estar sozinhas acompanhadas pelo seus livros. Adorei. 

 

Se gostam de livros, precisam de ir a partir de amanhã ao cinema assistir ao filme A Livraria, da realizadora Isabel Coixet com a actriz Emily Mortimer

Ter | 19.06.18

TAG 50% | BALANÇO | 2018

Cláudia Oliveira

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Esta TAG serve para fazer um balanço do primeiro semestre.

PERGUNTAS DA TAG:


1. O melhor livro que você leu até agora, em 2018. 

Atos Humanos, Han Kong e A Paixão Segundo GH, da Clarice Lispector. 

 

2. A melhor continuação que você leu até agora, em 2018.

História de Adormecer Para Raparigas Rebeldes 2


3. Algum lançamento do primeiro semestre que você ainda não leu, mas quer muito.

Sim, vários. Vou escolher apenas um, Fora de Si, Sasha Marianna Salzmann.


4. O livro mais aguardado do segundo semestre.

Não estou ansiosa por nenhum título em especial. Nem parece coisa minha.


5. O livro que mais te decepcionou esse ano.

Grande Magia, Elizabeth Gilbert. Grande banhada. Meu rico dinheiro. Piorque este só mesmo o sucesso “A Arte Subtil de Saber Dizer F*da”, do espertalhão Mark Manson


6. O livro que mais te surpreendeu esse ano.

Dois Irmãos, Milton Hatoum. Aquele livro que é tudo o que não estava nada à espera, deixa saudade e dá aquela vontade de ler tudo outra vez.


7. Novo autor favorito (que lançou seu primeiro livro nesse semestre, ou que você conheceu recentemente).

Isabel Lucas. Quero ler tudo o que esta senhora escrever. Adorei o livro Viagem ao Sonho Americano. O livro cresceu imenso ao longo dos meses, penso várias vezes nele. O projeto é sensacional e vale muito a pena. Admiro imenso o seu trabalho como jornalista. Grande profissional, super cativante. Adoro.


8. A sua quedinha por personagem fictício mais recente.

Não tenho. Já não tenho idade para isso. Mas preciso de admitir que tenho uma quedinha pelo escritor italiano Paolo Cognetti. Casava e ia viver para as montanhas. E também me apaixonei recentemente por um escritor português que prefiro não dizer o nome. Com ele não casava, só bebia uma garrafa de champanhe.

 

9. Seu personagem favorito mais recente.

Nenhuma personagem entrou para a lista de favoritos. A Jane Eyre já pertencia, só consolidou a sua posição na minha vida. 


10. Um livro que te fez chorar nesse primeiro semestre.

O mais recente a fazer-me chorar, 1001 Coisas Que Nunca Te Disse, de Catarina Rodrigues. Relações mães, pais e filhos mexem sempre comigo. Chorei com outros, mas este foi o último.


11. Um livro que te deixou feliz nesse primeiro semestre.

O livro da Rebecca Solnit, 'As Coisas que os Homens Me Explicam'. Estava cheia de expetativas e foi muito bom ler este livro. Deviam existir mais livros assim.


12. Melhor adaptação cinematográfica de um livro que você assistiu até agora, em 2018.

Amei 'Call me by your name'. Ah filme maravilhoso. As imagens do filme não me saem da cabeça.


13. Sua resenha favorita desse primeiro semestre (escrita ou em vídeo).

 "O Rapaz Selvagem", Paolo Cognetti e "Manhãs Milagrosas", de Hal Elrod


14. O livro mais bonito que você comprou ou ganhou esse ano.

O mais lindão é sem dúvida “Um Gentleman em Moscovo”, de Amor Towles.


15. Quais livros você precisa ou quer muito ler até o final do ano?

Ui, vou resumir. O meu tempo como leitora intensa está em contagem decrescente. Gostava de ler ainda este ano “Pequenos Fogos em Todo o Lado”, de celeste Ng; “O Nervo Ótico”, María Gainza; terminar “Ulisses”, do Joyce; “A Breve História de Sete Assassinatos”, de Marlon James e vamos ficar por aqui.

 

 

TAGADOS: Raquel, Bárbara, Hugo, Sandra, CéliaAlexandra e Carolina

Sab | 16.06.18

3ª EDIÇÃO | LER OS NOSSOS

Cláudia Oliveira

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Mais uma edição do meu estimado projeto Ler os Nossos chega já em Julho. Pois é, tive de adiantar o projeto este ano. Era isso ou não ia conseguir realizar. Pedi a vossa opinião nos stories do Instagram e voilá, vocês votaram muito para acontecer. Desta forma, venho fazer o convite formal a todos os leitores e indicar os desafios. Também vamos falar dos prémios para os vencedores. Não podem faltar, não é?

 

A novidade desta edição são os desafios. Quero fazer do projeto sempre algo diferente para não ficar cansativo ou repetitivo. A vossa pilha de livros pode ser escolhida de acordo com os desafios, mas não é obrigatório. Podem usar um livro que encaixe em todos os desafios, ou em dois. Cada um gere da forma que quiser. Eu criei quatro desafios. Parece-me um número bonito. Alguns vão entender esta nova paixoneta pelo número quatro.

 

Desafios Ler os Nossos

Um livro comprado recentemente

- Neste desafio vamos aproveitar para ler tudo o que andámos a comprar nos últimos tempos. Desta forma, este desafio tinha de fazer parte do projeto.

 

Um autor português recomendado por alguém

- Seja quem for. O livreiro, a amiga, o vizinho, a desconhecida ou uma blogger. Acabamos por comprar livros influenciados em opiniões alheias, escolhe um para leres agora.

 

Um título que não te parece minimamente interessante, mas vais arriscar

- Nem sempre os títulos são bem escolhidos, mas escondem histórias maravilhosas. Vamos arriscar?

 

Um livro que te custou uma pechincha

- Em todas as edições tenho feito questão de ler um livro muito barato. E costumam ser fantásticos. Nos anos anteriores li Possidónio Cachapa (Materna Doçura) e Maria Teresa Horta ( A Paixão Segundo Constança H., que entretanto ganhou nova edição ). Ainda não escolhi a próxima leitura, mas espero acertar novamente.

 

Com este desafio costumo alinhar o projeto de leitura Ler Saramago. Ler uma obra do autor todos os anos tem sido muito gratificante. Portanto, a ideia é convidar todos os leitores a ler o autor. Ainda não escolhi o título deste ano, mas ainda vou a tempo para pensar sobre isso. Estava com vontade de arriscar o “Evangelho Segundo Jesus Cristo”.

 

Agora prémios

Vão existir quatro sorteios. Cada vencedor recebe um prémio, vou oferecer três livros e um voucher. Os livros são:

- Estuário, Lídia Jorge

- Nuvem de Gritos , César Maia

- Cronovelemas, Mário de Carvalho

 - Um voucher da Fnac no valor de 15€.

 

Regras

O projeto decorre durante o mês de julho

Ler autores portugueses e partilhar opiniões com a hashtag #lerosnossos

A opinião pode ter qualquer formato (instagram, vídeo, blog ou no Facebook, como quiserem)

 

 Conto convosco?

 

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