4 LIÇÕES QUE APRENDI COM A CASA DE PAPEL
Ainda não viram a série mais viciante do momento? Não imaginam o que estão a perder. Eu devorei a série, em três dias, tal foi o vicio. Vejam, os primeiros três episódios são razoáveis, mas acabam por criar uma espécie de amizade com os assaltantes, e não conseguem parar até descobrir como é que eles vão sair da Casa da Moeda (se é que vão sair). Ah, já sabem que a Netflix vai produzir a terceira parte? Pois é, saiu a notícia durante a madrugada. Não era preciso, mas vamos querer ver, claroooooooo.
O que aprendi com a Casa de Papel? Não foi assaltar bancos. Aliás, tentaram copiar a ideia no Chile e deram-se mal. Ainda ontem um Youtuber foi preso por tentar brincar aos ladrões e gravar para o Youtube. Esta gente é doida. No final, órfã de série, fiquei a pensar naquilo tudo. No argumento, nas falhas (várias), nas personagens. E claro, tirei umas lições que achei interessante partilhar convosco.
Atenção, este texto contém spoilers. Vê a série e depois volta. Terei todo o gosto em receber-te. Sempre podemos trocar uns cromos.
Primeira lição: Não existem planos perfeitos
O plano do Professor é assaltar a Casa da Moeda, sem provocar mortes, e influenciar a opinião pública como se eles fossem heróis. A ideia é maravilhosa, ele pensou em todos os detalhes e apesar de inúmeras regras ele ainda tinha um plano B para quando algo corresse mal. Mas claro, nem tudo corre como ele planeia. Onde é que o plano dele falha? Quando se apaixona. Ninguém ia imaginar que teria tempo para se apaixonar durante o maior assalto da história do país. Mas aconteceu. Por muito que custe acreditar.
Por mais que defina um plano, e estabeleça o plano B e C, os imprevistos acontecem. Por muito minuciosa que eu seja, somos todos feitos de emoções e não conseguimos controlar as ações dos outros. Não existem planos perfeitos, preciso de dar margem para errar e estar preparada para eventuais situações.
Segunda lição: Não posso controlar tudo
A situação parecia muito bem definida, e o Professor parecia absolutamente preparado para tudo. Vigiava tudo através de câmaras e fornecia dados importantes aos assaltantes via telefone. Mas acaba por passar várias horas longe do refúgio (no bem bom) e as coisas correm mal para um dos assaltantes, que acaba por morrer mais tarde devido aos ferimentos. Aliás, quando a Tóquio tenta contatá-lo ele não está onde devia estar. Ela acaba por regressar ao local do crime de mota. Que cena emocionante!
Meto um plano em funcionamento e depois estou constantemente a verificar se falta alguma coisa. Não posso fazer isso comigo mesma. Não posso estar constantemente a verificar a agenda, a repensar os passos dados e a procurar defeitos. Não posso tentar controlar todas as situações em casa, no curso, no emprego.
Hoje, por exemplo, quando cheguei ao escritório não havia sistema informático. Foi um transtorno, estamos habituados a seguir determinados procedimentos. Por vezes, esquecemos que não precisamos de transformar uma situação pontual em algo dramático.
Também costumo ter o meu calendário de vídeos planeado. Esta semana foi impossível concretizar a gravação. Não queria gravar sem vontade. Também tive problemas técnicos. Enfim, não posso controlar tudo. Relaxar e continuar.
Terceira lição: Vai tudo terminar bem
No final, depois de vários imprevistos, o plano quase perfeito resulta. Eles conseguem fugir com o dinheiro. Aquele final deixou um gosto agridoce. Não gostei muito, prefira ver os assaltantes na riqueza absoluta. O que mais gostei foi a morte emblemática do Berlin (tirando o facto de ele ter levado a miúda para a morte com ele). Obviamente, que o final é bastante irreal, ninguém saía do país desta forma, mas vá, eles conseguiram.
Acredito sinceramente que os imprevistos são a energia do mundo a funcionar. No final, tudo dá certo. Os obstáculos são parte da minha caminhada, para sentir no final, o gosto da vitória. É tão melhor, não é verdade?
Quarta lição: Celebrar cada vitória
No momento em que eles encontram areia no túnel, ficam tão felizes que acabam a dançar numa rodinha muito divertida. Umas das melhores cenas. Uma pessoa dá por ela a festejar as vitórias dos bandidos. Estranho, né? Mas é a mais pura verdade. Eu quase que fiz a dança no meio da sala.
No meio da confusão da vida, mais vale fazer a dançar da vitória a cada meta alcançada. Não preciso de esperar pelo grande final para encher a taça de champanhe. E assim, damos conta de cada momento bom. Às vezes, esqueço o que consegui até chegar aqui. Perco-me no meio dos meus milhentos planos e objetivos de vida. Preciso de festejar mais cada momento.
goodreads twitter instagram facebook