AS MELHORES LEITURAS DE 2017
A lista linda de 2017. Que 2018 seja tão bom ou melhor.
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A lista linda de 2017. Que 2018 seja tão bom ou melhor.
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Estive um ano sem comprar roupa e acessórios. O que mudou realmente?
- Acabou o meu lado consumista
Era extremamente consumista. Comprei muita roupa e sapatos. Todos os meses "precisava de alguma coisinha". Havia o dia de ir às compras e tudo. Calhava logo na primeira semana do mês. Entrava em várias lojas, experimentava muita coisa, vinha para casa cheia de sacos. Um ano sem compras, sem entrar em lojas, acabou FELIZMENTE com tudo. Eu não sinto mais necessidade de comprar. Não tenho a sensação que preciso de algo. Não sinto vontade de ir aos centros comerciais ou entrar em lojas. Um sossego para a carteira.
- Deixei de sentir necessidade de preencher um vazio
Havia uma altura do mês que eu sentia necessidade de ir gastar dinheiro para compensar a falta de alguma coisa. Acabei por descobrir que não sentia falta de nada, só da "felicidade" temporária que as compras me proporcionavam. Enchia os armários com peças que mais tarde não me faziam assim tanta falta. Ou comprava sapatos que só usava uma ou duas vezes por mês. Trabalhar este lado foi mais fácil do que estava à espera. A sensação de vazio acabou, foi preenchido com coisas reais. Jantares em casa, passeios com amigos, idas ao cinema com mais frequência. São alguns dos exemplos. Poupar acabou por trazer um equilibro maior ao meu lado emocional.
- Acabaram as brigas com o multibanco
Eu sempre dificuldades em gerir a minha relação com o multibanco. É uma coisa com muitos anos que tenho vindo a melhorar. Era horrível para mim ir levantar dinheiro e ver os movimentos bancários. Sério. Ficava numa aflição. Sempre a contar dinheiro, a fazer cálculos de cabeça. Uma preocupação constante. Com a diminuição dos meus gastos consequentemente as brigas comigo mesma acabaram. O multibanco deixou de ter tanto foco na minha vida e isso tirou um grande peso dos meus ombros.
- Encontrei novas formas de ganhar mais dinheiro
Enquanto estava preocupada em gastar não percebi que podia ganhar. Depois de parar de gastar foquei-me em ganhar. No ano passado apostei na abertura de uma loja online e consegui ganhar dinheiro. Também arranjei outros empregos a part-time (ex: passar a ferro, limpezas, cozinhar). Foi como uma espécie de bola de neve. Neste momento tenho dois empregos, no escritório de uma empresa e outro ligado à criação de conteúdo e leitura beta.
- Afinal tenho muita roupa para vestir
Num ano muitas peças não foram usadas. Nunca mais tive a tão comum sensação "não tenho nada para vestir". Dei uso e mais valor à minha roupa. Ganhei um afecto maior com as minhas coisas. Não as considero tão descartáveis como antes.
- Encontrei o meu verdadeiro calcanhar de Aquiles
O problema seria a roupa e os sapatos? A verdade é que o dinheiro que eu não gastava no calçado e na roupa ia, na sua maioria, para os livros. Durante o ano passado percebi que isso teria de mudar muito. E sem desculpas. Mudou? Muito! Um dia conto tudo.
Foi um ano excelente de aprendizagem. Valeu muito a pena fazer o projecto "Um ano sem compras". Espero verdadeiramente continuar no próximo ano.
Não vamos ignorar esta capa maravilhosa. Preta e vermelha, com cavalos no carrossel, lembro-me imediatamente da música infantil que mais gosto. “Cavalinho cavalinho de papel, a correr trá lá lá, a saltar trá lá lá,…”.
Uma mãe leva o seu filho de quatro anos ao Jardim Zoológico. Uma criança curiosa, inteligente e fã de super-heróis. Na hora do regresso a casa ela repara em corpos espalhados e num homem armado. Num súbito sentimento de proteção, inerente a todas as mães, volta para trás e escondem-se dentro das grandes folhas, como se estivessem numa selva. Não vou revelar o que se passa, é mais interessarem lerem e descobrirem. Nos tempos atuais é bastante possível acontecer. Infelizmente.
O enredo desenvolve-se aliado a um sentimento claustrofóbico. O nervosismo miudinho instala-se, sentimos vontade de entrar na história e calar o miúdo tal é a tensão. Sem saber muito bem o que está a acontecer, ela envia mensagens ao marido e acede à internet para obter algumas respostas. É difícil manter a calma numa situação dessas, entre choro de outros bebés, perguntas insistentes do filho e perigo iminente. A ambientação do enredo é muito bem conseguida através da narrativa.
O que faríamos no lugar da mãe desta criança? Seriamos capaz de controlar os nervos e não sucumbir aos nervos? Até onde vai a coragem para proteger alguém? Como são sair desta situação?
A narrativa por vezes estende-se em descrições ou pensamentos que não acrescentam. Não há muita diversidade de acontecimentos dentro de um espaço tão limitado. Repete-se ligeiramente. Outra coisa que gostei menos foram as comparações escolhidas pela autora. Página 139, compara uma língua a um pénis, mas depois diz que a protagonista nem consegue ver bem. Tem alguns lances interessantes. Por exemplo, a história sobre o diabo e um relógio. Na forma como cada mulher olha para a maternidade. Qual é o momento perfeito para parar o relógio?
O final em aberto para mim é o melhor deste livro. Gosto de finais deste género, mas normalmente estes finais são pouco consensuais. Deixou-me nervosa, irritada e comovida. Curiosa para ver as reações dos outros leitores. Não vão precisar de esperar muito, o livro sai já dia 2 de Janeiro, pela Suma de Letras.
Sendo o primeiro romance de Gin Phillips, premiada com o Barnes and Noble Discover, publicada em mais de 29 países acho que temos uma promissora escritora dentro do género. Recomendo.
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