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amulherqueamalivros

Sex | 09.06.17

"ESCRITO NA ÁGUA" | PAULA HAWKINS

Cláudia Oliveira

 

Dia 10 e 11 os fãs da autora vão ter a oportunidade de pedir um autografo à autora Paula Hawkins na Feira do Livro de Lisboa. O seu mais recente livro foi lançado pela editora 20|20 e saltou de imediato para 1º lugar do top de vendas. Era de facto um dos livros mais aguardados este ano. 

 

Este livro passa-se numa vila pequena. Nesse lugar existe um rio onde acontecem várias mortes de mulheres. Daí o nome pelo qual é conhecido, "Poço das Afogadas". Logo nas primeiras páginas temos a morte da Nel. Ninguém sabe ao certo se foi um acidente ou um assassinato. Nel era uma mulher deslumbrada com as histórias passadas em torno daquele lugar. E isso fica evidente ao longo da história. Ela escreve e vive intensamente o fenómeno misterioso. 

 

Preparem-se, vão conhecer muitas personagens. Terminada a leitura, duas semana depois, só me lembro de uma  personagem. As personagens são pouco simpáticas. Não senti empatia por nenhuma. Não senti a energia, só a arrogância. Aliás, no inicio pode ser um bocadinho difícil entrar na história devido à constante troca de pontos de vista. No entanto, recordo-me muito bem da história, da investigação e da permanente carga pesada do ambiente.

 

Este é melhor do que o primeiro grande sucesso. A autora cresceu, saiu da sua zona de conforto e arriscou. Prezo muitos essas qualidades num escritor. A escrita é intrincada, mais complexa. Este livro marcou-me um bocadinho mais do que o anterior. Nem devia fazer comparações, mas é só para entenderem que "A Rapariga no Comboio" não faz parte dos meus livros preferidos. Nem de perto. Reconheço as suas qualidades como thriller, mas não provocou impacto na minha vida. 

 

Para um thriller o seu ritmo fica aquém das expectativas, é muito lento. Demorei cerca de cinco dias para ler este livro. Tempo suficiente para criar uma ligação com as personagens. Errado. Não criei. Fiquei fascinada com os suicídios, com a água pura, as vozes das mulheres. As injustiças criadas à volta das mulheres. Que tema absolutamente aterrorizador e actual. Pano para mangas. 

 

O desfecho foi surpreendente q.b.. Temi durante o livro inteiro que a autora fosse preguiçosa nas últimas páginas. Pelo contrário. Foi um final interessante, diferente. Encaixou perfeitamente na história. E a quantidade de teorias que engendrei? Nem vos passa pela cabeça.

 

A autora trouxe uma lufada de ar fresco com o primeiro livro, no entanto o ar adensou-se e já não está tão fresco assim.  

 

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