"A Filha Obscura" | Elena Ferrante
Após a leitura de um livro da italiana Elena Ferrante eu mudo. Cresço como mulher, como leitora. Os livros dela têm esse efeito sobre mim. Não fosse ela a minha escritora preferida. Não fosse ela a escritora que mais escreve sobre mim sem conhecer-me pessoalmente. Ela é brilhante!
Este mês pretenda ler o quatro livro da série napolitana, mas optei por ler um conto chamado "A Filha Obscura". Li em ebook na versão pt-br ("A Filha Perdida"), mas o conto já foi traduzido e editado em Portugal juntamente com outros contos. O livro chama-se "As Crónicas do Mal de Amor". Esta edição tem três contos: "A Filha Obscura", "Dias de Abandono" e "Um Estranho de Amor". Obrigada a quem me alertou no meu último vídeo. Sendo assim já não há desculpa, podem (e devem) ler este conto!
Não vão simpatizar com a protagonista. Vão julgar as suas atitudes e palavras. Muitos consideram a sua atitude vinda de uma mulher amargurada e egoísta. Tavez o que ela tenha feito não seja o mais bonito, mas eu consegui compreender. Talvez muitas mães vão conseguir entender também. Outras nem por isso. Vão apontar o dedo. Como fazem na vida real. Por isso, muitas se calam e fingem que está tudo bem. Eu gostei dela. Muito. Gosto da forma como ela diz a verdade. Sem filtros. Da sua coragem e da despreocupação em relação aos outros (nós, leitores). A forma como fala sobre a maternidade apesar de ser contra a ideia cor de rosa e feliz implementada na sociedade. São pensamentos justos? São sinceros.
O livro mexeu tanto comigo que ainda hoje penso nele. Já o terminei há uma semana. Ontem fui deitar-me com a história na cabeça, com uma situação em particular. Penso nessa mulher várias vezes. E pretendo reler o conto, desta vez na versão pt-pt após a aquisição (ou requisição) do mesmo. No entanto, tenho de terminar a série napolitana. Eu ando a evitar dizer adeus à Lila e Elena, mas é necessário.
Elena Ferrante nunca me desiludiu. Mais um conto fabuloso!