'Nove Mil Dias e Uma Só Noite´ | Jessica Brockmole
Quando penso neste livro tenho sentimentos agradáveis e românticos.
A poetisa escocesa Elspeth Dunn recebe uma carta de um admirador do seu livro de poemas e nasce entre eles uma ligação muito forte. Ele vive no outro lado do Atlântico, ela tem medo de andar de barco e nunca saiu da ilha. Acompanhamos as cartas trocadas e o nascimento de uma história de amor. Passa-se em 1912, a Segunda Guerra desponta na Europa. Divergências, encontros e desencontros comuns das histórias de amor. Arrisco-me a dizer que esta é diferente.
São feitas várias referencias literárias. acabamos por conhecer as personagens e os seus gostos mais pessoais a todos os níveis. Passam a ser confidentes, mesmo com bastante filtro devido à posição social que a Elspeth desempenha e ao seu estado civil. Não deixa de ser uma mulher determinada, com medos. Sempre disposta a mostrar a sua opinião, mas discreta nas suas emoções. Defeitos e qualidades. Por isso gostei dela e senti-me ligada aos seus dilemas. Juro, fiquei angustiada com este livro. Emocionei-me imenso. Pensei nele diversas vezes por dia, ao longo de vários dias.
Este livro acabou por ser uma pequena grande surpresa. Abalou as minhas memórias, fez-me enfrentar o passado que tantos sorrisos me colocou no rosto. A história fica cada vez mais intensa ao longo do seu desenrolar. É um misto de emoções. Não dá para largar. E com isto, acho que encontrei mais um país que pretendo visitar: Escócia.
Existe uma interessante discussão neste livro sobre o papel da mulher. O facto de elas nascerem para cuidar dos filhos e se resignarem a um papel imposto pela sociedade. Adorei os argumentos dados pela Elspeth quando o seu admirador diz numa das cartas que as mulheres sabem cuidar dos filhos melhor do que os homens. A irritabilidade dela era a minha naquele momento.
Recomendo muito este livro para as românticas incuráveis. Esqueçam os clichés, o amor é feito de um conjunto de clichés inesquéciveis e únicos para quem está apaixonado.