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amulherqueamalivros

Sab | 17.09.16

Cinematona | primeira semana

Cláudia Oliveira

 


Categorias

1 - Um documentário A Girl Like Her (7*10)
2 - Um filme europeu Les innocentes 
3 - Um filme de terror The Conjuring 
4 - Uma comédia romântica 
5 - Um filme recomendado
6 - Um filme com o actor preferido
7 - Um filme com a actriz preferida
8 - Um filme erótico
9 - Um filme de 2016
10 - Um filme que toda a gente viu menos eu
11 - Uma adaptação cinematográfica
12 - Um filme dos anos 80

Vídeo da Dora sobre Cinematona

 

 

Seg | 12.09.16

O Meu Nome é Lucy Barton | Elizabeth Strout

Cláudia Oliveira

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No Goodreads

Minha pontuação 5*

 

As palavras deste livro são tristes mesmo quando são alegres. Não é um sofrimento exposto, é algo mais pessoal, que se esconde. Algo que poucos conseguiriam compreender. 

 

 

Lucy Barton fica no hospital mais tempo do que devia. Inesperadamente vai receber a visita inesperada da sua mãe. Não vê a mãe há muito tempo, ela nem sequer conhece as netas. A mãe acaba por ficar alguns dias. 

 

O desespero por um amor que nunca teve, um "amo-te" que faltou por falta de coragem da própria mãe faz dela uma mulher carente e melancólica. Apesar de conversarem sobre assuntos mais sérios, não conseguem tocar nas feridas do passado. A carrinha, a maldita carrinha onde a Lucy era colocada para os pais irem trabalhar e os irmãos estudar. 

 

Lucy agarra-se àquele momento de ter a mãe só para si para sentir-se feliz. Não quer ficar boa, não quer que ela vá embora. Quer continuar a sentir aconchego, escutar as suas histórias. 

 

"Senti que as pessoas podiam não compreender que a minha mãe nunca foi capaz de dizer a palavra "amo-te".

 

"...nunca sabemos, e que munca saberemos, o que é compreender inteiramente outra pessoa..."

 

 

O livro é uma história sobre relações, a falta delas, a falha de comunicação entre duas pessoas que estão na vida uma da outra para sempre. É uma história comum escrita de forma maravilhosa e tocante. 

 

Enquanto que a mãe a incentiva, "olha para a tua vida, hoje em dia. Tu seguiste em frente e... conseguiste", ela vê a vida de outra forma, "esta é a história de uma mãe que ama a sua filha. De modo imperfeito. Porque todos nós amamos de forma imperfeita". Uma mãe que nunca a beijou, abraçou ou transmitiu afecto. Um pai seco e brusco nas suas palavras. Uma base familiar desequilibrada com um silêncio enorme no meio de todos. 

 

Por ter sido uma experiência de leitura tão intensa, acabei por emocionar-me agarrada ao livro e dizer baixinho, "o meu nome também é Lucy". Maravilhoso.

 

ISBN: 9789896651176

Edição ou reimpressão: 09-2016

Editor: Alfaguara Portugal

Idioma: Português

Dimensões: 152 x 233 x 12 mm

Encardenação: Capa mole

Páginas: 176

Dom | 11.09.16

O Rouxinol | Kristin Hannah

Cláudia Oliveira

 

No Goodreads

Minha pontuação 4*

 

Kristin Hannah chamou a minha atenção pela primeira vez quando foi publicada o seu romance Entre Irmãs durante o ano passado pela Bertrand. O Rouxinol acabou por ser o meu primeiro contacto com a escrita da autora. O facto de ela construir personagens femininas fortes unida a esta capa maravilhosa foram elementos mais do que suficientes para começar a leitura com expectativas altas. 

 

Adoro ler livros que abordem a Segunda Guerra Mundial. Este livro descreve muito bem o ambiente vivido, capta o medo das populações com a chegada das tropas alemãs. Ao contrário da maioria dos livros que leio, este retrata o papel das mulheres e a sua importância. 

 

Temos duas irmãs, a Isabelle e a Vianne. Elas vivem experiências distintas dentro da mesma realidade. Enquanto que Vianne é obrigada a receber as tropas de Hitler dentro da sua casa, Isabelle junta-se à Resistência para salvar outras pessoas. Ambas mulheres fortes com formas diferentes de agir perante o medo. Pessoalmente o meu interesse focou-se mais na pequena Isabelle e na sua destemida atitude. Sempre de resposta na ponta da língua e soluções no meio dos problemas, ela acaba por cativar mais o leitor. 

 

Há um interesse por parte da autora em captar a força da mulher ao longo de todas as páginas. Acaba por referir Edith Cavell, uma enfermeira britânica considerada uma heroína na Primeira Segunda Guerra. 

 

"- Já ouviste falar de Edith Cavell? - pergunta ela.

- Pareço-te ser um homem instruído?

Isabelle pensou por um instante e respondeu:

- Sim.

Ela ficou calado tempo suficiente para ela perceber que o surpreendera.

- Sei quem ela é. Salvou centenas de pilotos aliados na Grande Guerra. Ficou famosa por ter dito que "ser patriota não chega". E é esta a tua heroína, uma mulher executada pelo inimigo.

- Uma mulher que fez a diferença..."

 

Nem só de luta se faz a guerra, também o amor está presente nesta história. Gostei bastante do romance vivido pelas duas irmãs, mas mais uma vez a história de amor entre a Isabelle e Gaëtan interessou-me mais. Há um equilíbrio na dose de ternura entre os dois. 

 

Gostei particularmente da relação que a Isabelle tem com o seu pai. Um homem que ficou marcado pela Guerra e pela morte prematura da sua esposa. Assume-se como um homem frio e sem capacidade de dar afecto. As cenas entre os dois são duras e emotivas. 

 

A história é bem desenvolvida, com bons personagens e tem profundidade. Contém cenas tristes e duras. Passagens apaixonantes e bonitas. A autora está de parabéns pelo trabalho de investigação. Acho que quem gosta da temática e de mulheres lutadoras vai gostar.

ISBN: 9789722532099

Edição ou reimpressão: 07-2016

Editor: Bertrand Editora

Idioma: Português

Dimensões: 150 x 235 mm

Encardenação: Capa mole

Páginas: 504