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As palavras deste livro são tristes mesmo quando são alegres. Não é um sofrimento exposto, é algo mais pessoal, que se esconde. Algo que poucos conseguiriam compreender.
Lucy Barton fica no hospital mais tempo do que devia. Inesperadamente vai receber a visita inesperada da sua mãe. Não vê a mãe há muito tempo, ela nem sequer conhece as netas. A mãe acaba por ficar alguns dias.
O desespero por um amor que nunca teve, um "amo-te" que faltou por falta de coragem da própria mãe faz dela uma mulher carente e melancólica. Apesar de conversarem sobre assuntos mais sérios, não conseguem tocar nas feridas do passado. A carrinha, a maldita carrinha onde a Lucy era colocada para os pais irem trabalhar e os irmãos estudar.
Lucy agarra-se àquele momento de ter a mãe só para si para sentir-se feliz. Não quer ficar boa, não quer que ela vá embora. Quer continuar a sentir aconchego, escutar as suas histórias.
"Senti que as pessoas podiam não compreender que a minha mãe nunca foi capaz de dizer a palavra "amo-te".
"...nunca sabemos, e que munca saberemos, o que é compreender inteiramente outra pessoa..."
O livro é uma história sobre relações, a falta delas, a falha de comunicação entre duas pessoas que estão na vida uma da outra para sempre. É uma história comum escrita de forma maravilhosa e tocante.
Enquanto que a mãe a incentiva, "olha para a tua vida, hoje em dia. Tu seguiste em frente e... conseguiste", ela vê a vida de outra forma, "esta é a história de uma mãe que ama a sua filha. De modo imperfeito. Porque todos nós amamos de forma imperfeita". Uma mãe que nunca a beijou, abraçou ou transmitiu afecto. Um pai seco e brusco nas suas palavras. Uma base familiar desequilibrada com um silêncio enorme no meio de todos.
Por ter sido uma experiência de leitura tão intensa, acabei por emocionar-me agarrada ao livro e dizer baixinho, "o meu nome também é Lucy". Maravilhoso.
Kristin Hannah chamou a minha atenção pela primeira vez quando foi publicada o seu romance Entre Irmãs durante o ano passado pela Bertrand. O Rouxinol acabou por ser o meu primeiro contacto com a escrita da autora. O facto de ela construir personagens femininas fortes unida a esta capa maravilhosa foram elementos mais do que suficientes para começar a leitura com expectativas altas.
Adoro ler livros que abordem a Segunda Guerra Mundial. Este livro descreve muito bem o ambiente vivido, capta o medo das populações com a chegada das tropas alemãs. Ao contrário da maioria dos livros que leio, este retrata o papel das mulheres e a sua importância.
Temos duas irmãs, a Isabelle e a Vianne. Elas vivem experiências distintas dentro da mesma realidade. Enquanto que Vianne é obrigada a receber as tropas de Hitler dentro da sua casa, Isabelle junta-se à Resistência para salvar outras pessoas. Ambas mulheres fortes com formas diferentes de agir perante o medo. Pessoalmente o meu interesse focou-se mais na pequena Isabelle e na sua destemida atitude. Sempre de resposta na ponta da língua e soluções no meio dos problemas, ela acaba por cativar mais o leitor.
Há um interesse por parte da autora em captar a força da mulher ao longo de todas as páginas. Acaba por referir Edith Cavell, uma enfermeira britânica considerada uma heroína na Primeira Segunda Guerra.
"- Já ouviste falar de Edith Cavell? - pergunta ela.
- Pareço-te ser um homem instruído?
Isabelle pensou por um instante e respondeu:
- Sim.
Ela ficou calado tempo suficiente para ela perceber que o surpreendera.
- Sei quem ela é. Salvou centenas de pilotos aliados na Grande Guerra. Ficou famosa por ter dito que "ser patriota não chega". E é esta a tua heroína, uma mulher executada pelo inimigo.
- Uma mulher que fez a diferença..."
Nem só de luta se faz a guerra, também o amor está presente nesta história. Gostei bastante do romance vivido pelas duas irmãs, mas mais uma vez a história de amor entre a Isabelle e Gaëtan interessou-me mais. Há um equilíbrio na dose de ternura entre os dois.
Gostei particularmente da relação que a Isabelle tem com o seu pai. Um homem que ficou marcado pela Guerra e pela morte prematura da sua esposa. Assume-se como um homem frio e sem capacidade de dar afecto. As cenas entre os dois são duras e emotivas.
A história é bem desenvolvida, com bons personagens e tem profundidade. Contém cenas tristes e duras. Passagens apaixonantes e bonitas. A autora está de parabéns pelo trabalho de investigação. Acho que quem gosta da temática e de mulheres lutadoras vai gostar.