As Cores de Branca | Lara Morgado
Minha pontuação: 3*
Este livro acabou por ser uma pequena surpresa. Com uma parte inicial muito surpreendente e uma segunda parte menos interessante, acabei por gostar do livro, mas também considero que a história foi pouco aproveitada.
Galvão que quer um filho rapaz. Do seu casamento, nascem sete raparigas, a quem chamam de Branca. Depois do nascimento da sétima menina, tudo vai mudar. E mais não conto, precisam de ler para saber no que se vai transformar aquela família. Estamos a falar de um meio pequeno, numa terrinha religiosa.
O que podemos tirar desta história? A capacidade de perdoar e seguir em frente. A nossa heroína acaba por passar força para o leitor e mostrar que existe uma saída mesmo no momento mais difícil. Gostei bastante das personagens femininas que a autora criou. No entanto, quando acontece o ponto alto da história, aquele que muda tudo, esperava um desenvolvimento diferente. Direccionado para outros personagens, outras relações.
A escrita da Lara é muito acessível e fluida. Transmite calma e é de fácil compreensão. Não há um requinte, nem complexidade naquilo que escreve. Desconhecia o seu trabalho. No fundo, as mulheres acabam por ser negligenciadas na área da literatura. Em vários eventos são convidados maioritariamente os homens. Não existe a mesma divulgação/interesse por parte das editoras. É isso que eu sinto e tive vontade de contactar a autora para transmitir a minha indignação.
Uma história singela que se perde depois na segunda parte, mas que não deixa de ser bonita e tenho a certeza que muitas pessoas vão gostar de conhecer. O meu melhor amigo gostou. Emprestei-lhe o livro para ele ler nas férias. Fiquei contente.