A Partir de uma História Verdadeira, Delphine de Vigan 4*
Os preferidos deste mês foram:Confissões porque adorei cada pedaço deste livro e Um Dó Li Tá porque li em conjunto com pessoas muito especiais. Tive sorte com todos os livros lidos. Gostei de todos.
Até ao momento li 85 livros.
Para o Clube dos Clássicos Vivos estou a ler Crime e Castigo (página 53),do Dostoiewski. Para Setembro o Clássico escolhido é Norte e Sul, da autora Elizabeth Gaskell.
Como podem verificar foi o mês em que li menos este ano. Devido a miúdos doentes, mudanças, regresso ao emprego. Mas em Setembro conto voltar com força e para começar vou participar numa maratona literária na primeira semana de Setembro. Coloquei a TBR no canal.
Desejo a todos excelentes leituras e um próximo mês fantásticos cheio de páginas lidas.
Ontem fui à antestreia da peça Otelo, de Shakespeare pela Byfurcação Teatro na lindíssima Quinta da Regaleira. O espectáculo aconteceu no Jardim das Artes, com o tempo a nosso favor. A partir de dia 26 de Agosto, a Quinta da Regaleira será o palco de quatro peças emblemáticas o que torna a ida ao teatro numa experiência única.
Entre dia 26 de agosto e 8 de outubro a Quinta da Regaleira será o pano de fundo da história de amor entre Otelo e Desdémona. Confesso que nunca li a peça, mas pretendo corrigir em breve essa falha. Fiquei encantada com a audácia e genialidade de Shakespeare. Recomendo que visitem a Quinta da Regaleira e aproveitem para ir ver a peça. Os espectáculos decorrem às quintas, sextas e sábados às 21:30. O preço dos bilhetes de 15 euros.
A obra foi escrita no século XVII. Otelo, um mouro general de pele escura, encanta a filha do senador de Veneza, a pura Desdémona. De culturas e educações diferentes decidem fugir para casar contra o pai dela. No entanto, a confiança entre os dois vai ser abalada pelas desconfianças que o alferes Iago tenta implementar na cabeça de Otelo. Iago é um homem revoltado pelo facto de nunca ter sido nomeado tenente e decide vingar-se.
O cenário da peça é composta por várias cordas que representam o navio, a vida no mar. Dá uma agressividade em algumas cenas e transmite força em outras. A cena inicial é bela, demonstra a maldade e força dos homens. A areia no chão serve de palco e nos momentos de tensão a poeira cobre o ambiente de uma forma quase mágica.
O guarda roupa dos actores é lindíssimo, especialmente os vestidos das duas mulheres presentes na peça: Desdémona e a sua amiga Emília. Ambas personagens muito frágeis e simultaneamente fortes.
Os actores foram fantásticos! Houve entrega de corpo e alma. Fiquei completamente rendida ao talento do actor Sérgio Moura Afonso (Iago). Iago é o grande vilão desta peça e o actor conseguiu transmitir só com o olhar a crueldade e a maldade, ambos traços da sua personalidade. Ao longo da peça, há um jogo de palavras cómicas e trágicas no seu discurso, em momento algum perdi vontade em escutá-lo. As cenas entre Iago e Otelo são fantásticas, os nervos cercam o ambiente e ficamos expectantes em relação ao futuro dos dois.
Uma das minhas cenas preferidas é protagonizada pela Emília. Perante o seu discurso fiquei presa à genialidade de Shakespeare e ainda não consegui parar de pensar no que ela disse em relação às diferenças e semelhanças entre os homens e mulheres.
A peça tem a duração de uma hora e meia, feita com primor, debaixo de uma noite serrada. Sofremos com Desdémona, odiamos Iago e pelo meio ainda rimos. Parabéns a toda a equipa e obrigada pelo convite.