Este livro marcou-me tanto que ainda estou dentro da história. Ainda estou com os personagens naquela ilha. Ainda sinto o cheiro do mar, da terra e da comida. E quero conhecer estes cheiros brevemente. Quero fazer uma viagem até aos Açores, quero ler mais livros sobre este lugar, esta gente. Preciso.
Confesso que li este livro com grande expectativas, mas as últimas duzentas páginas acabaram por superar tudo o que tinha imaginado acerca de um livro. Não sei se vos consigo explicar isto muito bem, mas vou tentar. Mais do que enredo, este livro prendeu-me pela forma linda como está escrito. O desfecho saiu melhor do que a encomenda e deixou-me de coração apertado. Nada fazia prever que este livro acabasse por ser um dos meus livros preferidos deste ano dois dias depois de o ter terminado. Exactamente. Pode acontecer? Aconteceu. E durante a minha vida de leitora aconteceu pouquíssimas vezes. Durante as primeiras duzentas páginas não estava muito convencida, não estava a conseguir entregar-me à história. Acho que estava bastante reticente por causa das opiniões extremamente positivas que li. Até que me rendi.
Eu não vou falar na história mais do que precisam saber. E aquilo que precisam de saber está escrito na capa. Um homem que não sente terramotos e uma criança desaparecida. Não vamos estabelecer ligação. Acreditam que fiquei cheia de vontade de reler o livro agora que estou a escrever sobre ele? Talvez para o ano. Agora preciso de comprar o outro romance do Joel Neto. Ou então, vou esperar mais uns meses para não acabar já. Não sei se resisto.
Este livro é maravilhoso. Recomendo que toda a gente leia. Mesmo que não tenham a mesma experiência que eu, vão certamente passar um bom momento e acabar surpreendidos. Mais um prova linda de que temos excelente escritores.