A Contadora de Filmes, Hernán Riyera Letelier 2.5*
A Amiga Genial, Elena Ferrante 5*
Carta ao Pai, Franz Kafka 4*
Os preferidos deste mês foram: O Despertar e a A Amiga Genial.
A minha estante recebeu 14 livros novos este mês. Dos 14, estou a ler 2.
Este comprei 32 livros. Li 45 livros. Sem competição, sou uma leitora voraz. Cada um com o seu ritmo, sem julgamentos. Não me incomoda nada as pessoas que lêem mais ou menos do que eu.
Uma história simples e encantadora. Ler este livro é como estar sentada num lugar confortável rodeada de cheiro bom de pipocas. Li no Kobo, mas existe uma edição portuguesa lançada pela Editorial Presença em 2011.
Maria Margarita vai ao cinema com um bilhete comprado pela população da aldeia chilena onde vive, em troca conta a história do filme quando regressa a casa. Ela tem um enorme talento para a representação e canto. Uma pequena estrela. As condições financeiras são precárias, nem todos têm a oportunidade de ir ao cinema. Esta foi a forma que encontraram para "assistir" aos filmes.
O que mais gostei desta história foi o amor desta menina pelo pai. Um homem infeliz, abandonado pela mulher, desempregado mas apaixonado pelas histórias dos filmes. No fundo, um eterno sonhador.
A condição da população emocionou-me, a história tem tudo para ser uma boa história. Porém, foi pouco desenvolvida. O autor podia ter transformado este "rascunho" num livro completo. Era uma rascunho, não era?
É uma história triste, narrada pelo o olhar de uma menina feliz na sua ignorância. Recomendo a leitores de contos.
Ouvi falar neste documentário através da Tatianne Dantas. Tem sido uma excelente e agradável troca de sugestões cinematográfica para o projecto Veja Mais Mulheres. Obrigada! O documentário My Beautiful Broken Brain (7.2 IMDb) está disponível na Netflix para quem estiver interessado.
Lotge Sodderland sofre um derrame hemorrágico com 34 anos e sobrevive. No entanto, a visão e a audição sofrem danos. Assim como o seu conhecimento em relação as palavras. Ela tem de volta a aprender a ler e a escrever.
Este documentário coloca vários questionamentos interessantes e profundos. É aquele documentário que mexe com as emoções. Perturba. E nos deixa eternamente agradecidos por nunca termos passado por uma situação do género.
John Williams, um dos escritores mais falados no ano passado com o seu livro incrível intitulado Stoner. O caso típico de sucesso literário após a sua morte.
Este romance é completamente diferente do seu primeiro grande sucesso. Reconhecemos neste livro a escrita crua, a excelente construção dos personagens e ambiente da história. Neste aspecto, o livro conquistou-me, o talento do autor é apaixonante.
William Andrews tem vinte e poucos anos, viaja até Butcher´s Crossing com o objectivo de conhecer mais aquela aldeia através de uma expedição. Assim que chega ao hotel pergunta pelo conhecido JD McDonalds, um homem que domina as terras através da caça de animais e a venda das peles. É ele que vai indicar outro homem, Miller, ao William para este atingir o seu propósito numa viagem que irá mudar para sempre a sua vida.
Achei interessante a discussão que o autor levanta acerca das diferenças entre a educação dos personagens. O William estudou vários anos num colégio ao contrário dos homens que irá encontrar em Butcher´s Crossing. A experiência de vida versus a teoria. A diferença entre o comportamento dos homens é notória.
O livro foca-se também na caça dos animais, mais precisamente no comércio das peles. Um assunto que me incomoda, confesso. A luta desigual entre os homens e os animais. A natureza deixa de ser apenas o pano de fundo deste romance para passar a ser quase que um personagem. Existem várias passagens profundas e belas onde o tamanho do homem é diminuído através da força da natureza.
O que não gostei neste livro. O romance forçado e desnecessário. O livro caminhava tão bem até que o protagonista se apaixona pela única mulher existente neste livro. Uma prostituta chamada Francine. O autor ainda tentou dar força a essa personagem de forma a equilibrar a história, mas nunca me convenceu. E o final em relação ao romance, deixou muito a desejar.
Recomendo aos leitores de Stoner, mas fica o aviso que não vão sair deslumbrados desta experiência como sairam da primeira vez.
A próxima leitura do Clube dos Clássicos Vivos é O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë. Iniciamos a leitura dia 1 de Abril, para discutir a partir do dia 1 de Maio. Fica o convite, quem quiser juntar-se é só deixar comentário aqui ou no grupo do Goodreads.
Fiquei muito feliz com o livro escolhido. Será uma releitura. Adoro este livro, sobretudo o anti-herói Heathcliff, que tantas opiniões divide.