Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

amulherqueamalivros

Sab | 30.01.16

A Juventude | Paolo Sorrentino

Cláudia Oliveira

IMG_7810.PNG

 

No Goodreads 

Minha pontuação: 3*

 

Paolo Sorrentino é o realizador do filme Grande Beleza. O filme que venceu a categoria Melhor Filme Estrangeiro em 2014. O seu mais recente filme é A Juventude (Youth). O filme está nomeado este ano na categoria Melhor Música Original. Estou a torcer para que vença. Adoro o filme, adoro a música. No entanto, não recomendo para toda a gente. Não é um filme para agradar multidões.

 

O realizador escreveu este livro, lançado este mês pela editora Editorial Presença, com o selo Jacarandá. Comprei-o por curiosidade. Aliás, compro todos os meus livros, nenhum é oferecido em troca de opiniões. Os livros desta editora cheiram tão bem. Acho que têm o melhor cheiro a papel do país. Divagações à parte, voltando ao livro.

Dois amigos com cerca de oitenta anos, Fred e Mick, estão hospedados num hotel de luxo. Ao longo do livro vamos conhecer a história de vida de luxo e sucesso de ambos. Como se sentem perante a juventude dos outros e os tempos actuais de velhice. 

 

 A história é contada de uma forma pouco linear. Às vezes, os capítulos têm uma linha lógica, mas nem sempre. São cenas soltas, com diálogos maravilhosos (na maioria das vezes) ou episódios banais da vida. Parece que o autor passou a notas do roteiro do filme a limpo, limou as arestas e mandou editar o livro. 

 

É engraçado quando os dois amigos conversam sobre a quantidade de pingos de xixi que conseguem fazer. Os temas de conversa mudam ao longo dos anos. Com a idade, talvez o mais importante seja a capacidade motora, isso é deixado bem explicito pelo narrador. A velhice é abordada de forma leve. Assim como são rompidos preconceitos. 

 

Gostei de ler o livro, porque sou fã do filme. Confesso que estava à espera de um livro menos desfragmentado. Os capítulos pareciam apontamentos das cenas do realizador. Narrativa bastante crua. O autor não é explicito, as ideias ficam no ar, concluirmos o que quisermos. Este livro pode ter várias interpretações.

 

Foi o último livro lido para o projecto que tenho vindo a desenvolver relacionado com os Oscars.  Um livro para leitores que pretendem ler sobre a juventude, sem profundidade.