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amulherqueamalivros

Qua | 14.10.15

Curtas

Cláudia Oliveira

Consigo perfeitamente ver as compras dos outros e não ir a correr comprar para mim. Sei controlar-me, assim como sei quando posso descontrolar-me. Dou-me perfeitamente com o dinheiro dos outros. 

Qua | 14.10.15

DEDO 14 | A Cor do Hibisco | Chimamanda Ngozi Adichie

Cláudia Oliveira

 

Hibiscos roxos estarão presentes ao longo de toda a narrativa. A cor roxa lembra-me sofrimento, nódoas negras, sofrimento no rosto de uma mulher, dor. A Cor do Hibisco é o apropriado título deste livro publicado em 2003, o primeiro romance de Chimamanda Ngozi Adichie.

O hibisco roxo nasce e cresce na Nigéria assim como as personagens deste livro.

Ao fim de vinte páginas estava completamente apaixonada pela forma como Chimamanda conta esta história. Pela voz de uma menina nigeriana chamada Kambili conhecemos a realidade social do seu país. Ela vive numa casa enorme com os seus pais e irmãos. O pai é um homem extremista em relação à religião. Bastante autoritário, impõe as suas regras e limites sem permitir nenhum deslize. Caso contrário, usa a violência para fazer vergar os pecadores. Kambili longe de conhecer outra realidade, cede inocentemente, e respeita as tradições impostas sem questionar. Até que um dia a escola entra em férias e ela vai passar um período a casa da sua tia juntamente com o seu irmão Jaja. Nessa temporada, longe de casa, tudo vai mudar.

Emocionei-me várias vezes. Os questionamentos desta menina são os questionamentos de outras meninas na Nigéria ( ou noutro país qualquer). Não dá para ficar indiferente e fingir que estas situações não existem. Acontecem todos os dias. Mulheres submissas, crianças mal tratadas, maridos abusivos. Diferentes crenças resultam em diferentes actos. Diferentes educações resultam em diferentes formas de ver a vida. Que exista sempre alguém que nos mostre outro ponto de vista e nos abra a mente para novos questionamentos.

Livro maravilhoso.

5 estrelas

 

Qua | 14.10.15

Do livro A Cor do Hibisco,de Chimamanda Ngozi Adichie

Cláudia Oliveira

"Queria deixar Papa orgulhoso e tirar notas tão boas quanto as dele. Precisava que ele tocasse a minha nuca e afirmasse que eu estava a realizar o propósito de Deus. Precisava que ele me abraçasse com força e dissesse que muito é esperado daqueles que muito recebem. Precisava que ele sorrisse, daquele jeito que iluminava seu rosto e aquecia algo dentro de mim. Mas eu ficara em segundo lugar. Estava maculada pelo fracasso."