Jogo(s)
Este texto foi escrito para o projecto #comcanela. O projecto consiste num texto com um tema aleatório todos os meses ao dia dez, às dez horas. Os participantes abordam o mesmo assunto e publicam os seus textos no mesmo dia/hora. #comcanela conta com os três participantes: O Informador e O Homem Certo e eu. Para participar é necessário usar a hastag #comcanela.
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Não gosto de jogos. Não me vicio em jogos, não perco tempo com jogos. Eu sou aquela que nunca fará um convite online para um jogo qualquer. Não incomodo as pessoas com estas tretas. Não peço vidas virtuais nem material de construção. Tenho uma forma um bocadinho estranha de olhar para as pessoas viciadas em jogos. Olho da mesma forma como elas olham para mim quando digo que não bebo café com açúcar ou quando digo que como tanto ou mais do que o meu marido apesar deste peso ridículo. Se for um bom jogo de cartas ou de monopólio ainda sou capaz de alinhar. Um jogo de mímica ou ao jogo do Stop. Tem letras, eu gosto. Tenho nomes para as letras C, M e A na ponta da língua. Não me ganham neste jogo.
Não gosto de jogos, mas uma vez quando era pequena roubei um gameboy (ou uma espécie de) de uma amiga para ver o que aquilo tinha de especial. Não percebi e acabei por devolver cheia de vergonha. Ela não deixou de ser minha amiga. Deve ter sentido pena de mim porque não tinha um aparelho daqueles. Eu sempre preferi os livros. Prova disso é este blog e a minha estante. Por falar nisto, agora lembrei-me, uma vez roubaram-me um livro. Aliás, o meu diário. Meteu aquilo debaixo da camisola e saiu devagarinho lá de casa. Nunca deixei de ser amigo dele, mas nunca entendi o facto de ele querer saber algo que já sabia.
Adiante, os jogos do Facebook irritam-me. Não vejo objectivo nenhum para além da distracção óbvia em momentos chatos. De resto, os jogos num canto, eu em outro. Excepto quando se trata de jogar com o meu filho. Nesse caso faço o favor de participar, com muito empenho.