Avancei imenso no livro Muralha de Gelo. Ainda vou ler hoje. Pretendo terminar muito em breve.
Entretanto acabei o livro Música para Água Ardente do Bukowski. Aleluia. Resumo, muito álcool, mulheres e loucura. Muito ele mesmo. Para terem noção demorei imenso para ler um livro que podia muito bem ser lido em cinco dias. São contos breves, com histórias de pessoas com vícios, problemas, sem objectivos, tristes, amarguradas. Só recordo um conto. Um! Nesse conto, o personagem era viciado em álcool, confrontado pelos pais de duas crianças que o acusam de andar "a cheirar os pipis" fica preocupado. No final os amigos querem que ele se trate e perdoam a situação. Estão a ver o nível? No fundo gostei de regressar às escritas de Bukowski apesar de não ter gostado do livro. É aquele autor que não faz rodeios, toca na ferida e segue sem remorsos em relação ao que acabou de escrever. Gosto dele, sério, gosto muito dele.
Doei vários livros à Biblioteca, uns trinta. Pediram o meu nome para me enviarem uma carta de agradecimento. A bibliotecária ficou bastante contente, pelo menos o rosto dela transmitia isso. Moro actualmente na rua da biblioteca municipal. Aliás, posso dizer que a Biblioteca Municipal é minha vizinha. Posso dizer que podia doar todos os meus livros como se a Biblioteca fosse um lugar encantado, guardadora dos meus livros. Vou sempre que quero. Passo em frente todos os dias. Assim os outros podiam ler os meus livros.
Acabei por requisitar um livro, o último do João Tordo. Já não vou comprar na Feira do Livro. Verifiquei que a Biblioteca comprou vários livros recentes na semana passada. Só dinheiro que eu poupo. Prefiro de todo ler livros meus, mas não me importo nada ler os livros da Biblioteca. E espero futuramente voltar a esse hábito.
Este texto foi escrito para o projecto #comcanela. O projecto consiste num texto com um tema aleatório todos os meses ao dia dez, às dez horas. Os participantes abordam o mesmo assunto e publicam os seus textos no mesmo dia/hora. #comcanela conta com os três participantes: O Informador e O Homem Certo e eu. Para participar é necessário usar a hastag #comcanela.
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O meu primeiro contacto com o teatro foi na escola. Organizavam turmas para irem ao teatro ver peças infantis, não sei se ainda o fazem. Mais tarde, acabei por participar em duas peças amadoras. Uma na Biblioteca onde fiz de dragão , outra na escola onde eu mesma escrevi a peça de teatro para os outros participarem. A nossa turma recebeu outra turma vinda de não-sei-onde, para os receber encenámos a peça. No final o professor agradeceu-me, chamou-me ao palco e deu-me flores. Eu estava muito envergonhada mas não escondia a felicidade. Isto porque na escola sempre fui invisível, receber aplausos foi o mais longe que consegui. Aliás, este meu professor marcou-me imenso porque puxava imenso pela minha criatividade. O momento da grande desilusão foi quando não ganhei o concurso de poesia porque não recebi mais aplausos do que a outra rapariga. Imaginem, ela era mais popular, pois claro.
Sempre gostei de teatro, mas fui deixando para lá. Houve uma altura que pensei em organizar um clube de teatro amador aqui em Alenquer, mas desisti da ideia. Não percebo assim tanto do assunto. Vou cada vez mais ao teatro, incentivada por amigos meus. A última peça que fui ver foi há duas semanas com o Ricardo. Fomos ao Casino do Estoril ver A Noite das Mil Estrelas do La Féria. Emocionei-me, diverti-me, saí de lá muito feliz. Adoro uma boa noite de cinema e teatro.
Dizem que os portugueses vão pouco ao teatro, mas todas as semanas estreiam peças novas e sempre que vou as salas estão cheias. Será?