Big Eyes de Tim Burton pode desiludir muitos admiradores. Amanhã sairá a minha opinião completa e bonitinha.
Li Bonsai e escrevi uma opinião bastante pessoal [ler texto anterior]. Também li Vermelho Amargo de Bartolomeu Campos de Queirós. Triste esse livro. Muito triste. Pequeno, rico em emoções. Ando a ler imenso este mês. Felizmente!
Ontem, andei triste o dia inteiro por causa de um texto. Más interpretações fazem feridas. Tudo resolvido, alma limpa.
Hoje tenho o quarto episódio de Empire, roupa para passar a ferro e o novo filme Hector e a Busca da Felicidade.
Há muito muito tempo, no Natal, recebi um bonsai do namorado. Outros tempos, namorado diferente. Após ida a uma exposição de bonsais, encantada, pedi um. São árvores minúsculas. Precisa de muito cuidado, dedicação. Lembro-me de ter cuidado do bonsai a primeira semana, cheguei a ler livros sobre o assunto, mas aborreci-me. O bonsai acabou por morrer. Relacionado ou não, naquela altura, eu era assim. Aborrecia-me facilmente com o amor. Viciada, naquela altura, na euforia das primeiras semanas de paixão. Quando a chama esmorecia, colocava um ponto final e ia procurar a sensação inicial noutra pessoa.
Bonsai é um livro pequeno, como um bonsai. Delicado, como um bonsai. Complexo, adivinhem, como um bonsai. É aquele livro com o título mais adequado de sempre.
Um casal, Júlio e Emília, envolvem-se inesperadamente. Começam muito bem, com mentiras. Ironias à parte, afirmam ter lido Proust quando eram mais novos. Não leram. Pequenas mentiras servem para impressionar (algumas) pessoas. A relação deles parece estar bem, entre conversas intelectuais, leitura em voz alta, sobretudo antes do sexo. Até ao dia em que lêem um conto do autor Macedonio Fernádez. Não vos vou contar a história do conto. Tem um bonsai, é o que posso dizer.
Li poucas opiniões antes de escrever este texto. Só para comparar as minhas ideias após a leitura deste romance. Gosto de fazer isso. Os leitores, os queridos leitores, tiram conclusões baseadas na sua experiência de vida ou formam as suas opiniões depois de lerem críticos frios, obcecados com notas/estrelas. Alguns, salvam-se as excepções. Eu, no alto da minha arrogância, venho transmitir o que o livro me mostrou. Lamento, é um bocadinho diferente.
Pequenos e infundados detalhes ligam as pessoas. Sejam verdades ou mentiras. Seja um presente, uma fotografia ou a partilha da mesma experiência. Sobretudo, esta última, a partilha da mesma experiência. Assim como ligam, também desfazem. Basta tão pouco para desfazer o que foi construído. Ou, quem sabe, não tenha sido construído nada.
Os personagens (como na vida) da mesma forma que se ligam, também se separam. As amizades longínquas são deixadas sem explicação, também não interessa. Naquela altura dava jeito viver com ela. Não gosto dele, mas preciso dele para uma festa entre colegas. Interesses, a vida é isso. Se não cuidarmos, perdemos. Como um bonsai.
Bonsai é escrito de uma forma bem estruturada. De escrita simples, conquista. Delicia quem lê. Alejandro Zambra é incrível.
Nota 4.
Existe também uma adaptação cinematográfica feita em 2011. Preciso de ver! O trailer está o máximo.