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amulherqueamalivros

Sab | 30.11.13

Resumo do mês de Novembro

Cláudia Oliveira

 

Livros Lidos:

"Para Onde Vão os Guarda-Chuvas" de Afonso Cruz
"Quando o Cuco Chama" de Robert Galbraith
"Dentro do Segredo" de José Luís Peixoto
"Romeu e Julieta" de William Shakespeare
"Beloved" de Toni Morrison

 

Opiniões Detalhadas:

"Dentro do Segredo" de José Luís Peixoto
"Romeu e Julieta" de William Shakespeare
"Beloved" de Toni Morrison



Vídeos mencionados:

Vídeo da Juliana

http://www.youtube.com/watch?v=82Ee36xzKiw&list=PLKsaljuCllg9XxDNnvUPhpkhtrnu1CujN&index=13

 

Vídeo da Luara

http://www.youtube.com/watch?v=G6v9h5lJskw&feature=c4-overview&list=UUlgjYFtZju_P5P8NO91KCcg

 

Vídeo TAG 12 Livros para 2013
http://www.youtube.com/watch?v=-tZntxhQWUs

Qui | 28.11.13

Emprestar livros

Cláudia Oliveira

Sempre fui muito desligada do objecto livro. Nunca tive problemas em emprestar os meus livros. Considero que os livros não servem para estar numa estante quietos, à espera que os leia novamente. Normalmente isso nunca acontece. Existem tantos livros bons para ler e tanta falta de tempo nesta vida que o melhor é descobrir novos autores, novas histórias, novas capas.

 

Quando não gosto de um livro, não tenho problemas em desfazer-me dele. Para que havia de querer um livro que não gosto na estante? Mais vale dar a oportunidade a outras pessoas, quem sabe, seja o autor preferido a descobrir de alguém. Também já ofereci livros que adorei ler (como Saramago) a pessoas de bom coração, que amam livros da mesma forma que eu.

 

Já emprestei inúmeros livros, inclusive livros que adoro. Lamentavelmente, deixei de ter vontade de emprestar os meus livros, principalmente os livros que mais gosto. Isto, porque confirma-se aquilo que diversos leitores dizem: “Os livros não regressam”. Ou quando regressam, vêem em condições degradantes, sujos. Tristemente alguns nem sequer são lidos.

 

Este ano aconteceu diversas vezes os livros não regressarem. Ao longo dos anos aprendi a anotar num caderno o que empresto a quem. Também perdi a vergonha de pedir os meus livros de volta, mas as pessoas acabam por arranjar uma desculpa. Falta de memória, falta de tempo são as desculpas mais frequentes.

 

Ter centenas de livros na minha estante não faz de mim uma leitora feliz por faltar um ou outro livro. Os livros não são substituíveis. Gostaria que alguém entendesse o meu dilema. Tenho os seguintes livros emprestados: “A Sombra do Vento” de Carlos Luís Zafón, “Guia para uma Final Feliz” de Matthew Quick e “Mrs Dalloway” de Virginia Woolf. Adorei ler todos. Queria que outras pessoas tivessem o privilégio de apreciar uma boa leitura sem gastar um tostão. Não aconteceu, os livros não regressaram, nem foram lidos ainda.

 

 Os livros têm uma ligação emocional com o leitor. O exemplo mais próximo que encontrei para comparar esta ligação emocional são as cartas recebidas e guardadas numa caixa de papelão e a importância dessas para o destinatário. Uma carta contém informações pessoais e de valiosa importância para quem as guarda. Marca um momento especial na vida de alguém em forma de palavras. Ou reconhecimento. Lembranças em pedaços. Uma carta e um livro chegam igualmente ao coração de quem as lê. Livros são como cartas escritas ao mundo. As estantes são como as caixas de papelão.

 

Emprestar um livro é um acto de confiança. Nem todos estão preparados para passar no teste. A maioria considera o livro um objecto de pouca importância. Os professores ensinam a importância dos livros, mas nunca vi nenhum explicar como se cuida de um livro. Talvez estivesse na hora de aplicar esta matéria numa aula de Português.

 

 Algumas dicas:

 

1.       Nunca colocar o livro sem protecção numa mala.

2.       Não ter as mãos sujas quando for ler o livro.

3.       Não abrir o livro de forma a estragar a lombada.

4.       Acreditar que os livros são de extrema importância para o seu dono.

5.       Usar marcadores. Esqueçam as folhas dobradas.

 

Não empresto mais os meus livros. Fica desde já o aviso. Uma decisão tomada ao final de vários anos de desagrado. Estamos em 2013, existem livros digitais. A melhor solução na hora de emprestar livros. Acabaram-se os cantos rasgados, as capas sujas e o tempo de espera. Fica a sugestão, quando lhe pedirem um livro emprestado responda: “Posso emprestar-te o ebook”. Assim, a frio. Ou: “Está na biblioteca”.

 

Os livros são um investimento emocional. Lembre-se, recordações não se emprestam. Seja cuidadoso, caso seja um privilegiado. 

Sab | 23.11.13

"Beloved" de Toni Morrison - Impressões às primeiras 30 páginas

Cláudia Oliveira

 

“Beloved” de Toni Morrison está na minha lista de leituras para este ano. Incentivada por dois vídeos no Youtube (da Luara e da Juliana) comecei a ler o livro ontem à noite. A minha edição saiu com a revista Sábado numa colecção intitulada “Autor Nobel”. Toni Morrison ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1993, este livro venceu o Prémio Pulitzer em 1988. “Beloved” é o primeiro livro de uma trilogia, “Jazz” publicado em 1992 e “Paraíso” em 1997 são os títulos seguintes.

 

A autora inspirou-se em factos reais para escrever este livro. Em 1856, Margaret Garner foge da fazenda onde é escravizada para Ohio, onde a escravatura não é permitida. O dono da fazenda vai à sua procura, encontra-a para a levar de volta. Margaret num acto de amor/loucura mata a sua própria filha para a proteger da escravidão. Partindo desse facto, a autora escreve o seu romance.

 

A narrativa tem uma estrutura semelhante à da memória, com passagens desconexas, nada linear. Pode ser uma leitura mais complicada para alguns leitores. No meu ponto de vista, é um ponto forte neste livro. No primeiro capítulo conhecemos Sethe, a mulher que matou a sua própria filha. Ela vive com a sua filha Denver, uma personagem perturbada devido às visitas do fantasma. Ambas são visitas pelo Paul D., um ex-escravo, amigo da família.

 

Estou a gostar imenso do clima obscuro e misterioso da história. Este livro obriga a uma atenção que o lugar mais calmo da casa pode dar. Sinto que estou perante um livro com uma história muito forte. Uma excelente leitura espera-me. 

Sex | 22.11.13

Plagiar na Internet

Cláudia Oliveira

O que é o plágio?

Segundo o dicionário Priberam, (latim plagium, -ii, roubo de escravos, plágio)

substantivo masculino

1. Acto ou efeito de plagiar.

2. Imitação ou cópia fraudulenta.


Ou seja, o acto de assinar ou apresentar como seu uma obra de outrem. Existem duas formas de plágio, a cópia integral do texto de alguém ou uma parte desse texto. Como frases, por exemplo. Também pode ser considerado plágio o facto de não serem utilizadas as mesmas palavras num texto mas elaborar o texto com a ideia principal ou lógica de outra pessoa dando a entender que a ideia foi sua. Dizer o mesmo, por outras palavras.

 

Ao longo da história são inúmeros os casos de plágio. Áreas como a música, tecnologia, televisão, literatura têm vários exemplos para contar. Grandes estrelas são acusadas de plágio e andam a braços com a justiça. J.K.Rowling, Dan Brown, Paulo Coelho são alguns nomes mencionados por artigos infindáveis na internet.  

 

Tudo pode ser considerado plágio. Haverá mais para criar? Estará tudo criado? É muito fácil ser acusado de plágio sem culpa. Hoje em dia, na internet são criados vários blogues diariamente, canais no Youtube, contas no Tumblr. Naturalmente alguém pensou no passado o que estamos a fazer neste preciso momento. Quem terá sido o primeiro? O primeiro a criar uma conta no Youtube sobre literatura terá de receber todos os créditos dos canais criados posteriormente? Várias questões, opiniões dividem-se.

 

Existe uma lei que defende os criadores das ideias. A Sociedade Portuguesa de Autores – SPA – protege e garante a defesa dos autores e valores culturais. Se escreveste um livro poderás registar a tua obra no site da SPA de forma a protegê-lo contra qualquer tipo de plágio. O mesmo não acontece com as ideias. Ideias não são protegidas pela SPA. “As ideias, os processos, os sistemas, os métodos operacionais, os conceitos, os princípios ou as descobertas não são, por si só e enquanto tais, protegidas nos termos deste Código".

 

Citar o autor das frases mencionadas, colocar as frases entre aspas ou a estilo itálico são as formas básicas para respeitar o trabalho dos outros. O cuidado em pesquisar anteriormente se alguém teve a mesma ideia pode ser uma forma de proteger o nosso trabalho e não ser acusado de plágio. Este último ponto não é obrigatório, depende da sensatez de cada um. Vozes recomendam, “se não queres ser plagiado, não coloques na internet”. Por outro lado dizem, “quem é plagiado recebe prestígio e consequentemente mais respeito depois do sucedido”.

 

Antes de plagiar alguém, pense antes se vale a pena. Pessoalmente vai sentir-se mais realizado por divulgar algo criado por outra pessoa como uma ideia sua? Não. É decadente. Decadente também é o criador com a mania da perseguição. Tudo e todos o plagiam. Antes de acusar alguém de plágio convém tentar saber os motivos e/ou se o autor fez com conhecimento de facto. Diariamente, são criados muitos projectos em paralelo. Nenhum indivíduo é o génio da lâmpada.

 

Especificando, os canais literários no Youtube fazem questão de citar os autores das TAGs. É uma regra de boa conduta na internet. Já criei várias TAGs e acredito que sempre que respondem a uma TAG criada por mim, o meu nome seja citado. Não vou conferir, mas acredito que sim.

 

O Youtube é uma rede social com milhões de utilizadores, de várias nacionalidades. Compreensivamente, os utilizadores da rede não conhecem todos os utilizadores existentes. Nem seguem todas as contas no Youtube. Alguns utilizadores fazerem questão de citar os leitores de um livro que acabaram de comprar, o mesmo não é necessário nem considerado plágio por lei. Por exemplo, se eu comprar um livro que vi num vídeo da usuária X, não é sinónimo de plágio. Tenho o direito de comprar o livro que quiser. Tenho a opção de citar o vídeo da usuária X ou não. Eu decido. Outro exemplo, se eu for a primeira pessoa a fazer um vídeo com a opinião do livro X, não posso acusar os vídeos seguintes de opinião, sobre o mesmo livro, de plágio. Nem têm de me citar. Os usuários seguintes não são obrigados a conhecer o meu canal. Eventualmente se um dos usuários repetir frase a frase a minha opinião precisa de citar o meu nome. Nesse caso, só conhecendo o meu canal, tal é possível. O usuário estará a agir de má fé.

 

Existe a liberdade de expressão, criação. O facto de ter criado um blog e um canal literário não me obriga a citar a primeira criadora de vídeos do género. Mesmo que fosse a culpada pela criação do meu canal. Não foi. Quando criei o meu canal literário não conhecia nenhum canal literário português. Conheci depois, ele já existia. Criei o canal literário depois de ver visto dois canais literários que por sua vez tinham visto outros. A internet é uma bola gigantesca movida por milhões de cérebros. Quem nasceu primeiro, o ovo ou galinha?

 

A linha que separa o plágio da criação é ténue. É possível um ambiente pacífico na internet com respeito e medida. Diga não ao plágio, mas principalmente não se torne num utilizador receoso em dar um passo na sua criatividade.

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