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amulherqueamalivros

Qui | 15.03.18

ESTÁ TUDO INTERLIGADO!

Cláudia Oliveira

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foto da Marta Chan

 

Acredito que tudo o que eu faço está relacionado com tudo o que recebo. Abordo vários assuntos, interesso-me por vários temas, quero aprender o máximo possível, testar-me, lançar desafios. Se calhar não é a formula perfeita, se calhar vou contra aquilo que a maioria defende. É esta a minha essência, é a forma que encontro para encontrar motivação e força para superar obstáculos. Cada um com os seus propósitos, não faço intenções de ser um exemplo.

 

O meu marido costuma dizer que estou sempre a inventar. Já tive a fase do ginásio, a fase da costura, do minimalismo, da poupança, da dança, da cozinha, do vegetarianismo. Ele tem razão. Eu não consigo estar quieta e parece que estou constantemente em busca de algo. Eu sou assim, não vou reprimir o meu modo de ser só porque acham que disparo em todas as frentes ou porque pensam isto ou aquilo de mim. Já lá vai o tempo que isso acontecia e eu deixava. Todas as fases permitiram que eu crescesse, aprendesse e levasse comigo a maior parte dos ensinamentos.

 

Há uns anos atrás, não era completa nem sabia viver com esse vazio. Hoje sou uma pessoa completamente diferente do que era há uns anos. Estava dentro de uma relação amorosa abusiva, os ciúmes deixavam-me com medo de fazer qualquer coisa.  Não me sentia confortável para viajar sozinha, não tinha condições financeiras (pensava eu, mas um dia falo melhor sobre isso) e sentia que o facto de não falar inglês era um impedimento (também falo sobre isso um dia) e depois a minha autoestima estava no lixo, sem confiança.  A ausência de um pai também podia estar relacionada com esta busca desenfreada por algo que nem eu não sabia muito bem o que era.  Mas não está. Já perdoei esse episódio à vida.

 

Acabei por encontrar o equilíbrio mais tarde porque nunca desisti de mim. Quando encontrei uma pessoa que me mostrou o meu valor sem malabarismos. Quando me disse que tenho asas e posso voar quando quiser, quando me ensinou a voar devagarinho. Quando me ajudou a juntar os meus pedaços e construir o meu amor próprio. Isto é o meu maior cliché. Alguém me ajudou, mas o trabalho foi todo meu.  

 

Eu fui procurar respostas e acabei por encontrar mais perguntas. E tem sido sempre assim desde então. Por isso passo por várias fases, não consigo estar quieta e ando nesta busca de autoconhecimento com liberdade. A única fase que nunca passou, desde os meus oito anos, foi o amor pela literatura. A leitura é a minha terapia, a minha inspiração. O motor, o empurrão, o encontro com a minha busca infinita por respostas.

 

Eu não sou nada, sou um grão de areia no Mundo. Se estiver longe da internet por duas semanas ninguém quer saber, o mundo continua. Ninguém para porque eu paro. E está tudo bem. Cada vez penso mais na minha presença online. Todo o meu esforço de partilhar, escrever ou gravar vídeos é feito porque eu sinto necessidade de o fazer. A minha paixão pelos livros é o núcleo de tudo isto. Acredito que um Mundo de leitores é um Mundo melhor. Mesmo quando recebo comentários menos positivos e bastante desagradáveis de outros leitores. Eu dou a cara por esta causa, é um compromisso que tenho comigo mesma. Quero mais leitores, quero as livrarias cheias, bons escritores, bons livros, quero uma sociedade que questiona, que procura conhecimento. E mesmo cheias de dúvidas, continuo a acreditar que preciso de continuar esta luta. 

 

Em equilíbrio, com uma vida que me permite explorar e crescer, continuo nesta busca. Acabei por encontrar o que me deixa confiante, motivada e bem a vários níveis. E apesar de ter ainda algum trabalho pela frente, vou continuar a respeitar a minha essência. Acho que é o melhor que posso fazer por mim. Sobretudo neste Mundo que quer influenciar meio Mundo.

 

 

 

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