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Qua | 27.12.17

A EDUCAÇÃO DE ELEANOR | GAIL HONEYMAN

Cláudia Oliveira

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Foi uma leitura irregular por conta da personalidade da Eleanor que deu conta da minha cabeça. Começa como uma espécie de romance banal ou uma comum história de amor. Fui apanhada na curva pela autora. Enganou-me muito bem. Levou-me pela mão para um lugar relativamente engraçado para me contar uma história dura e cruel. Conseguem sentir o impacto de tudo isso? Mas é um engano, apesar de difícil, bom.

 

O equilibro entre os momentos leves e os momentos pesados não foram do meu agrado. Preferia ter mais momentos pesados. Quando a Gail, a autora deste livro, coloca a emoção e a carga dramática na história deixa-me vidrada. Quando permite os dias bonitos, cheios de graça, com momentos muito similares à conhecida Bridget Jones, perde-me.

 

Conforme os dias passam maior é o impacto da Eleanor na minha vida. Ela é estranha, a estranheza tem encantado. O comum não me fascina. Eu caí no erro de julgar as suas atitudes como uma menina mimada, patética. Claro que não devemos julgar as pessoas de ânimo leve. Não fazemos a mínima ideia das lutas que travam das oito às cinco. Das histórias que guardam por trás das gargalhadas altas. Eleanor deu-me uma espécie de chapada sem mãos, com todas as letras.

 

A depressão pode estar presente e escondida, pode afetar todas as relações. Os sinais gritantes podem passar por dias maus. Solidão. Muita tristeza. Vozes na cabeça.  Dependência. Sei o que ouço por aí, presenciei ou li sobre o tema. Nunca tive depressão, nem estou confortável para escrever sobre a doença devido à falta de conhecimento. A perspetiva deste livro consegue ser angustiante e divertida.

 

Neste livro conhecemos a importância de pedir ajuda, de não julgarmos os outros, de encontrar as nossas próprias respostas e de nos perdoar. Uma grande dose de esperança e tristeza envolvida numa gargalhada e uma pitada de loucura. 

 

Definitivamente este livro daria uma excelente discussão devido às possíveis interpretações. A forma como a autora escolheu para fazer a revelação não foi a coerente com o resto da história. Foi uma espécie de vamos-encerrar-esta-historia-preciso-de-revelar-tudo. Já estava farta de roer as unhas com tanto mistério. Quando aconteceu foi muito rápido. Os próximos livros da Gail Honeyman prometem.

 

Gostei, recomendo, mas tirem da ideia que é um livro fofinho.

 

 

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