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amulherqueamalivros

Qui | 30.01.14

"A Mulher do Legionário" de Carlos Vaz Ferraz

Cláudia Oliveira
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Este livro foi-me oferecido no dia do meu aniversário pela minha querida irmã Daniela. Escolheu-o pelo título, sem fazer ideia se já tinha lido. Não conhecia o autor sequer.

O que achaste?

Carlos Vaz Ferraz escreve muito bem, o romance está muito bem construído e elaborado. Apesar de detalhista, o romance tem ritmo. O livro está cheio de factos históricos, como não sou apreciadora de romances históricos tive mais dificuldades em apreciar este livro. Acho que é um livro para um público apreciador do género.

A mulher do legionário chama-se Fernanda, casa-se com o assassino do seu pai e traça um plano de vingança. O seu marido, Augusto, é um homem rude e controlador, capaz de tudo para conseguir o que pretende.

Os personagens são bem construídos quanto à sua personalidade, o ambiente vivido é fácil de imaginar assim como todos os factos descritos.

A história é contada pela freira e amiga de Fernanda, o que torna o romance mais interessante. Esta freira está sempre a comparar a sua vida com a vida de Fernanda, chegando a pôr em causa as suas escolhas. De alguma forma, a vida de ambas entrelaçam-se.

Dei três estrelas no Goodreads. Gostei mas não é de todo o meu género preferido. O autor vale a pena conhecer, escreve muito bem.
Qua | 29.01.14

"No Coração Desta Terra" de J. M. Coetzee

Cláudia Oliveira

 

 

Conforme o vídeo TAG - 7 Autores para 2014 Coetzee era um autor para conhecer em 2014. Assim foi. Este livro já estava na minha estante há muito tempo e nada como o incentivo de uma maratona literária para lê-lo. 

 

O que achaste da escrita de Coetzee?

Adorei. Não sei muito bem como descrever a sua escrita, é uma mistura de poesia, tristeza e doçura. Tem passagens incríveis, com as quais me identifiquei. Escrito de uma forma impecável. Logo nas primeiras páginas ele conquistou-me com esta passagem: "Eu sou dessas que ficam no quarto a ler, a escrever ou a curar a enxaqueca." Eu também sou dessas. É um autor com um enorme talento.

 

Coetzee venceu o Prémio Nobel da Literatura em 2003. Este livro foi um dos seu primeiros romances, lançado em 1977. Aposto que os restantes romances da sua bibliografia são de uma qualidade extrema. 

 

Qual é a história deste livro?

Este livro é escrito em forma de diário pela visão da nossa protagonista, uma rapariga ignorada pelo seu pai após a morte da sua mãe, de quem não se recorda por ter morrido quando ela era muito pequena. O pai dela traz a próxima noiva para a fazenda, ela não gosta da sua nova madrasta. Este diário é composto de pensamentos daquilo que vai presenciando e sentido, como qualquer diário pessoal. Muitas vezes, somos enrolados pelas suas palavras e não sabemos muito bem se ela está a inventar ou a dizer a verdade.

 

O melhor deste romance é a escrita de Coetzee. Um belo livro de apresentação à sua obra. Dei 3 estrelas no Goodreads, embora seja mais um 3,5. O que menos gostei neste romance foi a repetição de ideias da protagonista. Gira o disco e toca o mesmo. 

 

Fala-nos dos personagens

Existe a protagonista, uma rapariga nova. Só ficamos a saber o seu nome quase no final do romance. Ela é a nossa visão em relação aos factos supostamente reais. É bastante atormentada, sente-se uma mulher ignorada e infeliz: "Luto para não me transformar numas das esquecidas da história." O que mais me marcou foi a sua vontade de querer matar o seu próprio pai e a sua madrasta. Será que mata? O pai é um homem desprezível, é só o que sei. Parece que tem um pedra no lugar do coração. A madrasta uma mulher estúpida. Existem também dois personagens secundários com quem a protagonista tem uma relaçao directa mas não senti qualquer empatia entre eles. 

 

Ficaste satisfeita com a leitura?

Vou querer ler todos os livros de Coetzee. Fiquei encantada e feliz por finalmente me ter aventurado na leitura deste autor. E nada arrependida. 

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