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amulherqueamalivros

Dom | 13.01.13

«Pela Estrada Fora» de Jack Kerouac

Cláudia Oliveira
Este ano comprei um conjunto de post-it para não riscar os livros com um lápis. Foi uma boa ideia, este livro ficou cheio de post-it laranja. Kerouac entregou-se de corpo e alma a este livro, dá para sentir. Quase ouvi o barulho da máquina de escrever. Incrível como ele conseguiu relatar a sua aventura com o amigo Neal (entre outros) de forma tão real. A sensação que dá é que Kerouac estava a escrever ao mesmo tempo que as coisas aconteciam, o que é impossível. Se escrevi ao final do dia o que se passava durante o dia não sei como é que ele se lembrava de todos os detalhes, todas as frases, todos os movimentos. Este livro passa-se na geraçao beat, uma altura muito louca para alguns. Com muita droga, álcool, musica, viver a vida e pensar depois. No fundo, todos gostaríamos de ter um pouco de Neal (o amigo de Kerouac, louco pela vida, alegre na presença). Eu gostava, gostava de conseguir largar todas as responsabilidades e não pensar nas consequencias. As pessoas vivem preocupadas com isso, não aproveitam. A mensagem é simples, a vida é curta demais. Eles viveram a correr, pela estrada, a conhecer outras pessoas. Acho incrível. Senti pena do Neal em algumas alturas, chorei. Senti vontade de abraçar o Neal, sorri.



Este livro foi especial para mim, não consigo explicar. Talvez me tenha trazido recordações boas, lembranças enterradas. Adorei ler, em alguns momentos é difícil dar avanço na leitura devido à forma como está escrito (corrido, sem parágrafos ou capítulos), exige de nós leitores. Experimentem ler este livro com a banda sonora do filme, parece que estão a viver tudo aquilo juntamente com Kerouac e Neal.



Entrou para os meus livros preferidos de sempre.